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sexta-feira, setembro 5, 2025

Decisão do BC de abandonar blockchain no Drex (no momento) pode acelerar tokenização, aponta mercado

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Em um primeiro momento, a notícia de que o Banco Central desistiu de usar a tecnologia blockchain na atual fase do Drex parecia ser um balde de água fria na indústria cripto do Brasil. Mas a avaliação de executivos do setor é de que a decisão do BC pode até mesmo ser um momento de aceleração no mercado de tokenização, com o mercado privado empurrando com mais força a agenda sem precisar esperar o regulador tomar as iniciativas. 

“Abre espaço para o mercado acelerar. Ao optar por lançar o Drex nesta fase sem blockchain e empurrar a adoção dessa camada para um horizonte posterior, o BC tira o foco da tecnologia”, afirma Fabrício Tota, vice-presidente de novos negócios do MB. O executivo ressalta que a medida do Banco Central tende a favorecer quem já entrega tokenização atualmente, “porque a demanda por dinheiro/ativos onchain não caminha no mesmo ritmo do calendário do setor público”. 

Gustavo Cunha, criador do canal Fintrender e autor do livro “A tokenização do dinheiro”, também entende que a decisão do BC irá acelerar o desenvolvimento do mercado no Brasil, pelo fato de que a entidade tem muitas outras coisas na mesa além de cuidar da indústria cripto no Brasil. 

“O desenvolvimento de tokenização vai muito mais para aplicações desenvolvidas pela iniciativa privada, voltadas para algumas partes de infraestrutura, do que para a criação de uma rede blockchain voltada para uso de todo o Brasil, na qual será colocado tudo lá dentro”, diz Cunha. 

A decisão do BC de colocar blockchain de lado no momento foi vista como até mesmo natural por Daniel Coquieri, fundador da Liqi. “Para quem está de fora, o anúncio pode surpreender. Mas para quem estava acompanhando e próximo dos casos de uso, sabia de forma bem clara qual era o tamanho dos desafios de privacidade e escalabilidade que os pilotos tinham.”

Cenário ideal

Parte do mercado cripto brasileiro vê como ideal um cenário no qual o regulador defina padrões claros e fiscaliza, enquanto o mercado faz o resto: tokenização, emissão em redes públicas/permissionadas, stablecoins e conectores com o Sistema Financeiro Nacional. “Esse arranjo evita o risco de termos que  escolher uma tecnologia específica, acelera a entrega e dá conforto jurídico para bancos, fintechs e cripto nativas inovarem”, afirma Tota, que ressalta que o MB superou a marca de R$ 1,5 bilhão de ativos tokenizados emitidos e distribuídos.

Daniel Coquieri classifica como “super positivo” um horizonte no qual Banco Central apenas defina padrões e regras e a iniciativa privada construa a infraestrutura. “É até algo mais natural, porque o regulador em geral não cria regulação ou infraestrutura. Imagino um cenário que isso possa acontecer e acho que será positivo.” A Liqi irá fazer em 2025 mais de R$ 600 milhões de dívidas tokenizadas, aponta o executivo.

Blockchain ainda é vista como importante

Apesar do cenário de otimismo com o BC saindo, mesmo que momentaneamente da criação de infraestrutura, os especialistas apontam que o uso da blockchain na tokenização do mercado financeiro ainda é um caminho a ser perseguido. 

 “O uso da blockchain enquanto infraestrutura tem o potencial para ampliar produtos, acesso e integração de mercados. Nesse sentido, uma infraestrura sem blockchain certamente não tem a mesma capacidade de entrega de valor”, afirma Tota. 

Para Coquieri,  se o Banco Central encontrar soluções para o DREX em sistema centralizado, “para mim perde totalmente o conceito do DREX e como ele nasceu”. 

Além disso, Gustavo Cunha lembra que o Banco Central está usando blockchain em algumas outras iniciativas. “O BC não abandonou de vez blockchain”. 

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[Fonte Original]

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