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sexta-feira, setembro 5, 2025

TIDC: o que investidores precisam entender sobre o novo passo da tokenização

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A tokenização no Brasil entrou em uma fase decisiva. 

O que antes era visto como promessa hoje já aparece em operações concretas, com ativos sendo emitidos e negociados em blockchain. 

Entre as inovações que mais chamam atenção, o TIDC (Token de Investimento em Direitos Creditórios) se destaca por mostrar como a tecnologia pode transformar a forma de investir e de captar recursos.

Na prática, o TIDC é uma versão digital de operações conhecidas do mercado: a securitização de recebíveis

Só que, em vez de depender de processos manuais, ele transfere as regras da operação para contratos inteligentes, programados para executar pagamentos, verificar prazos e respeitar a hierarquia entre séries de forma automática. 

O investidor deixa de depender apenas de relatórios periódicos e passa a ter informações claras e acessíveis em tempo real.

O desafio cultural

Apesar dos avanços técnicos, o principal obstáculo ainda é cultural. Muitos investidores confiam mais em um documento em PDF do que em um registro imutável na blockchain. 

Do lado das empresas, a preferência ainda é pelo crédito bancário, mesmo quando já existem modelos mais rápidos e baratos para acessar o mercado de capitais. 

O TIDC desafia essa lógica ao combinar transparência, governança e eficiência em uma mesma estrutura.

Essa transição exige mudança de mentalidade. A confiança, antes depositada em assinaturas e carimbos, precisa migrar para regras gravadas em código. 

O papel da educação é central nesse processo, para que investidores compreendam o que estão comprando e empresas percebam que a inovação pode ser, de fato, mais segura e previsível do que o modelo tradicional.

Democratização do acesso

Outro aspecto essencial é a democratização

Emissões tradicionais de securitização costumam ser caras e complexas, o que afastava pequenas e médias empresas

Com o TIDC, essas companhias passam a ter acesso ao mercado de capitais, abrindo novas oportunidades de captação. 

Para o investidor, a vantagem está em participar de operações que antes estavam restritas a grandes instituições, com tickets menores e ativos fracionados.

Essa dinâmica amplia o público participante e cria um mercado mais inclusivo. O investidor tem mais opções de diversificação, enquanto empresas encontram um caminho mais competitivo para financiar suas atividades. 

É a lógica de transformar a tokenização em uma infraestrutura de mercado, e não apenas em uma representação digital de ativos já conhecidos.

Regulação como alicerce

O crescimento do TIDC também responde a uma preocupação antiga: a arbitragem regulatória

Se um mesmo risco é tratado de formas diferentes, o mercado migra para o caminho menos exigente, e quem perde é o investidor. 

O TIDC se fortalece justamente por aproximar a tokenização do ambiente regulado, em vez de criar categorias artificiais. 

Essa convergência garante segurança, reduz custos e preserva a proteção ao investidor.

Esse alinhamento é decisivo para que a inovação não seja um atalho, mas um complemento. 

O token não elimina a estrutura jurídica da securitização, mas a torna mais eficiente e auditável. Essa combinação é o que abre espaço para a escala e para a consolidação de um mercado mais robusto.

Confiança no código

O futuro do TIDC não depende apenas da tecnologia ou da regulação, mas da capacidade de o mercado confiar em regras programadas

Contratos inteligentes já são capazes de executar pagamentos, controlar prazos e automatizar fluxos complexos. A questão é cultural: aceitar que um código pode ser tão ou mais confiável que um contrato físico.

Esse processo leva tempo, mas já está em curso. O investidor que entender agora que o TIDC não é apenas mais um token, mas uma forma concreta de democratizar acesso e de reduzir custos, estará mais preparado para a próxima fase do mercado financeiro digital.

Sobre o autor

Daniel Coquieri é CEO da empresa de tokenização de ativos Liqi Digital Assets. Empreendedor do ramo da tecnologia, foi fundador da BitcoinTrade, uma das primeiras corretoras de criptomoedas do Brasil.

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[Fonte Original]

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