26.5 C
Brasília
sexta-feira, setembro 19, 2025

Celso Sabino diz a Lula que pedirá demissão do Turismo

- Advertisement -spot_imgspot_img
- Advertisement -spot_imgspot_img

Após ultimato do União Brasil para filiados deixarem os cargos no governo até esta sexta-feira (19), o ministro do Turismo, Celso Sabino, informou Luiz Inácio Lula da Silva que pedirá demissão na semana que vem, após o presidente voltar da viagem a Nova York. A decisão foi comunicada hoje, em reunião entre os dois que durou cerca de 1h30 no Palácio da Alvorada. Esta é a 13ª mudança feita em ministérios no terceiro mandato do petista.

De acordo com fontes, Sabino disse a Lula que tem agendas consideradas importantes nos próximos dias e, por isso, a demissão será apenas na próxima semana. Neste domingo (21), o presidente embarcará para os Estados Unidos, quando participará da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

Com a decisão, o Turismo se tornou o ministério com mais troca de chefia no terceiro mandato de Lula. No início do governo, a pasta era comandada por Daniela Carneiro, também do União Brasil.

Sabino assumiu o ministério em 2023 como um aliado de primeira hora do deputado Arthur Lira (PP-AL), então presidente da Câmara. Sua nomeação foi vista, na época, como estratégica para sedimentar o apoio do Centrão à pauta de interesse do Palácio do Planalto na Casa.

Há pouco mais de dois anos no cargo, Sabino passou a ganhar confiança e apreço de Lula. Nos últimos meses, por exemplo, ele foi destacado pelo chefe do Executivo federal para auxiliar diretamente nos preparativos da Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), prevista para acontecer em Belém (PA), em novembro. O evento tem um significado distinto para o ministro do União Brasil porque, além de atrair holofotes do mundo inteiro, acontecerá em seu berço eleitoral, o Pará.

Influência das eleições 2026

A despeito do destaque dado ao ministro pelo presidente, o União Brasil passou a pressionar seus filiados pelo desembarque do governo. No pano de fundo para o movimento feito pelo partido, está a preparação da legenda para as eleições de 2026. Nesse sentido, nas últimas semanas, a sigla sinalizou a Lula que não anunciará apoio à reeleição no ano que vem.

Em 2 de setembro, o presidente da Federação União PP, Antônio Rueda, anunciou que todos os filiados do grupo político deveriam entregar, em um prazo de 30 dias, os cargos que ocupam no governo federal. Os eventuais descumprimentos, de acordo com ele, estarão sujeitos a afastamento.

No entanto, a ordem pela entrega dos cargos foi antecipada pelo União Brasil. Ontem, a legenda deu prazo de 24 horas para a saída dos filiados. O ultimato ocorreu após a legenda acusar o governo petista de estar por trás de denúncias contra Rueda. Na visão do partido, as “inverdades” vieram à tona, coincidentemente, após a sigla anunciar o desejo de desembarcar da base aliada governista.

O nome do dirigente foi citado em um depoimento por um piloto como sendo o verdadeiro dono de aeronaves operadas por uma companhia com conexões a Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como Beto Louco, e Mohamad Hussein Mourad, o Primo, que são investigados por lavagem de dinheiro para a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). As informações foram publicadas em reportagem do portal UOL. Rueda nega irregularidades.

Em comunicado na quinta-feira (18), o União Brasil prestou “irrestrita solidariedade” a Rueda e chamou a notícia de “infundada, prematura e superficial” para tentar “atingir a honra e a imagem” do dirigente. Numa clara acusação contra o Palácio do Planalto, a sigla também alegou “estranheza” pelo fato de que, dias após a federação União Progressista anunciar o desembarque do governo Lula, essas notícias tenham sido publicadas. Na alegação do União Brasil, o objetivo da gestão federal seria “desgastar” a imagem de Rueda, sem ter qualquer evidência desse fato.

Desgaste entre Lula e Rueda

A relação entre Lula e Rueda já estava estremecida há semanas, e o desgaste foi exposto pelo próprio chefe do Executivo federal na reunião ministerial de agosto. Na ocasião, o petista cobrou lealdade do seu corpo de ministros e pediu para que os titulares das pastas defendam o governo, especialmente em agendas organizadas pela oposição com críticas à gestão federal.

Mesmo com a saída de Sabino, o Planalto confia na permanência dos outros dois ministros que estão na cota do União Brasil: Waldez Góes (Integração) e Frederico Silveira (Comunicações). Isso se dá porque ambos fazem parte da cota do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e, por conta do apadrinhamento, devem permanecer na gestão federal, independentemente do desembarque do União.

O caso do ministro das Comunicações também tem outro aspecto. Frederico se apresenta como indicação técnica do União, além do fato de ter recebido o aval de Alcolumbre. Segundo fontes, antes de Lula convidá-lo para assumir a pasta, o presidente da República chegou a questionar se Frederico pretendia sair do posto em abril do ano que vem, para concorrer a algum cargo nas eleições de 2026. O agora ministro, então, respondeu que tinha a intenção de ficar até o final do terceiro mandato do petista.

[Fonte Original]

- Advertisement -spot_imgspot_img

Destaques

- Advertisement -spot_img

Últimas Notícias

- Advertisement -spot_img