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segunda-feira, setembro 8, 2025

Crítica | G.I. Joe: Comandos em Ação (2023) – Vol. 4 – Plano Crítico

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É impressionante notar a diligência de Larry Hama e equipe diante de G.I. Joe: A Real American Hero (que eu tomei a liberdade de traduzir como Comandos em Ação porque era assim que, priscas eras, a HQ era publicada por aqui e como os brinquedos era chamados) desde novembro de 2023, quando a edição #301 foi publicada pela Skybound/Image, atual detentora da licença da Hasbro junto com a franquia Transformers. Somente dois meses ficaram sem publicações – abril de 2023 e outubro de 2024 -, com abril de 2025, mês de intervalo entre os volumes 3 e 4, ganhando não uma, mas cinco novas HQs, todas elas “silenciosas”, o que é uma tradição desde a famosa edição #21, batizada de Interlúdio Silencioso, o que mais do que compensou os meses sem G.I. Joe na versão clássica de Hama.

No quarto arco, continuação direta dos eventos do anterior, algo que está no DNA do roteirista que sempre escreveu uma gigantesca e infinita história única, uma família cuja pai é membro da Guarda Carmesim, foge da destruição de Springfield, agora sob comando de Destro, e busca asilo com os Joes, criando a oportunidade perfeita para Duke e Stalker planejarem a infiltração da cidade Cobra pela Equipe Ninja, com Snake Eyes, Scarlet, Jinx e Kamakura disfarçando-se de membros da família que fugiu e Storm Shadow e Dawn servindo como agentes noturnos, sem disfarce. Na outra ponta, e de maneira semelhante, os líderes Joes ordenam que Helix, Multo, Musrat e Wet-Suit retornem para a Ilha Cobra, agora controlada por Alpha-001, líder da Revanche, porque eles já estão acostumados com o lugar e informações mais precisas são necessárias. Em outras palavras, as duas histórias principais do arco são de infiltração, o que, logo na largada, permite uma infinidade de possibilidades interessantes, com Larry Hama fazendo das tripas coração para criar as circunstâncias que permitem esses trabalhos, com todo aquele linguajar militar que ele adora usar.

Em paralelo, duas linhas narrativas menores nesse arco, mas que prometem desenvolvimento futuro, acontecem. Uma delas é o Dr. Mindbender retornando à Ilha Cobra para jurar aliança a Alpha-001 e, com isso, sendo curado do vírus mutante, além de ganhar um upgrade cibernético que muda seu visual (certamente para vender mais bonequinho…), tudo para que ele possa trabalhar no clone original de Serpentor. A outra é o Comandante Cobra, prisioneiro de Destro e Baronesa na Escócia, tentando negociar um acordo, mas, diante de sua soberba e das exigências de seu amigo/inimigo de rosto cromado, tudo começa a dar muito errado, exigindo medidas extremas e a usual batalha de que sabe mais o que está acontecendo do que o outro. São, como disse, elementos narrativos que são colocados aqui para germinar depois, pelo que o foco fica mesmo nas duas missões de infiltração.

E essas duas missões, sinto dizer, decepcionam profundamente. Sabem aquelas séries dos anos 80 com um episódio que muda tudo somente para tudo o que foi mudado ser desfeito logo em seguida? Foi assim que me senti lendo o arco das infiltrações, pois Hama investe tempo nos detalhes de cada uma somente para que elas durem menos de um dia e sem que quase informação decente alguma seja obtida pelas respectivas equipes. É um gigantesco desperdício de premissa que ainda faz da Equipe Ninja uma equipe com reação igual a qualquer outra, sem nenhuma capacidade real de se mostrar invisível aos olhos do inimigo. E o fato de as duas missões ruírem simultaneamente por razões semelhantes é risível, mostrando que Hama, apesar de jogar um jogo longo com os Joes, não gosta muito de sair de sua zona de conforto.

Na arte, a novidade do arco é a segunda saída de Chris Mooneyham, do volume 1 e quase todo o 3, à frente dos Joes, para que Paul PelletierTony Kordos, a dupla do volume 2, retorne. Isso significa que a ousadia de Mooneyham na composição de quadros vai embora, entrando a pegada mais comum – ainda que muito boa – de Pelletier, que tende a seguir uma linha mais comportada mesmo diante do usual caos das batalhas imaginadas por Hama. Diria que, como Hama não vai largar esse título enquanto estiver vivo  – e, gostando dele ou não, acho que ele merece ficar o tempo que quiser -, o desenhista precisa ser o diferencial para transformar o texto “antiquado” do roteirista em algo visualmente chamativo e organizado, com sequências de ação que façam o melhor uso possível de páginas inteiras e duplas para mapear a pancadaria.

Seja como for, com o desperdício de suas ótimas linhas narrativas como o mesmo tema tático, o quarto volume da longeva criança de Larry Hama desaponta tremendamente e dá aquela desanimada para continuar. Por outro lado, com o tanto que já foi feito com os Joes, quem sabe não vem algo interessante pela frente?

G.I. Joe: Comandos em Ação – Vol. 4 (G.I. Joe: A Real American Hero – Vol. 4, EUA – 2025)
Contendo: G.I. Joe: A Real American Hero #316 a 320
Roteiro: Larry Hama
Arte: Paul Pelletier
Arte-final: Tony Kordos
Cores: Francesco Segala
Flats: Sabrina Del Grosso
Letras: Pat Brosseau
Editoria: Alex Antone
Editora original: Skybound (Image Comics)
Datas originais de publicação: 07 de maio, 04 de junho, 02 de julho, 06 de agosto e 03 de setembro de 2025
Páginas: 112



[Fonte Original]

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