As principais bolsas da Europa encerraram esta quarta-feira (10) em direções opostas, com os investidores à espera da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), amanhã, na qual a autoridade monetária deve manter os juros no atual nível de 2%. Embora os índices tenham sido sustentados pelo noticiário corporativo, as tensões geopolíticas entre Rússia e Ucrânia pesaram sobre o sentimento nos mercados.
O índice pan-europeu Stoxx 600 terminou próximo à estabilidade, com queda de 0,05%, aos 552,12 pontos. O DAX de Frankfurt perdeu 0,36%, aos 23.632,95 pontos; e o FTSE 100 de Londres caiu 0,19%, aos 9.225,39 pontos. O CAC 40 de Paris avançou 0,15%, aos 7.761,32 pontos.
As ações da gigante farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk subiram 3.68%, depois de a empresa anunciar 9 mil demissões. A Inditex, proprietária da Zara, avançou 6,59%, após divulgar os lucros do primeiro semestre.
A União Europeia (UE) cogita acelerar a eliminação gradual de combustíveis fósseis de origem russa após pressão dos Estados Unidos, segundo declarações dadas hoje pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O movimento se soma aos ataques aéreos russos na Ucrânia hoje, que deixaram 20 mortos e invadiram o espaço aéreo da Polônia, levantando rumores de um plano de ataque ao país membro da Otan.
Sobre a reunião do BCE amanhã, a possível decisão de manter as taxas estáveis reflete a crescente incerteza sobre as perspectivas econômicas e o nível monetário apropriado para apoiar o crescimento sem reacender as pressões inflacionárias, na avaliação de Axel Rudolph, analista do IG. Segundo ele, fatores externos, como o próprio conflito entre Ucrânia e Rússia e as tensões comerciais trarão ainda maior complexidade para a reunião.
Na França, o mercado digere a posse do novo primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, em meio aos protestos antigoverno. Lecornu terá de enviar até o dia 7 de outubro um projeto completo do orçamento de 2026, que foi o motivo da queda de seus dois antecessores.