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O sócio fundador da SPX Capital, Rogério Xavier, disse nesta segunda-feira que houve “muito preciosismo” na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que, no comunicado após a decisão que segurou a Selic em 15%, manteve a leitura de “expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”. Ele disse estar convicto de que a economia brasileira está em processo claro de desaceleração. A ata da reunião será conhecida nesta terça-feira.
Para Xavier, a política fiscal é frouxa, mas a política monetária “hiperapertada” está, ainda que lentamente, “levando a uma desinflação importante.” “Agora estamos presos a detalhes. A última reunião do Copom teve muito preciosismo na reavaliação do hiato, houve questão técnica dura da diretoria, não atualizando a perspectiva da inflação à frente”, comentou ele, durante painel no Macro Day, promovido pelo BTG Pactual em São Paulo. Segundo Xavier, essa visão “vai ser revertida no relatório trimestral de dezembro”.
O fundador da SPX avalia que já começa a haver inflexão no mercado de trabalho. “O ‘last mile’, que era a taxa de desemprego, começa a mostrar sinais de que vai começar a subir”, disse. “Não é boa notícia para os brasileiros, mas em termos de possível afrouxamento da política monetária é uma boa notícia.”
Xavier diz que o país precisará de um novo arcabouço e um “ajuste fiscal sério” em 2027, independentemente de quem vencer as eleições do ano que vem. “Vamos terminar 2026 com esse modelo, que não foi suficiente, e vamos precisar de outro para colocar no lugar.”