A expectativa de uma atividade econômica menos pujante e o arrefecimento dos índices de inflação reforçam a aposta da Ibiuna Investimentos nas empresas domésticas com forte resiliência para o mês de setembro. A análise faz parte de relatório divulgado pela casa, que tem mais de R$ 12 bilhões sob gestão.
No segundo trimestre, o Produto Interno Bruto do Brasil cresceu 0,4%, abaixo da expansão verificada nos três meses anteriores de 1,3%. Em relação aos índices de preço, o IPCA-15, espécie de prévia da inflação, registrou queda de 0,14% no mês passado, primeira deflação em dois anos.
Para a Ibiuna, o atual cenário macroeconômico favorece a antecipação de ajustes na taxa básica de juros da economia nacional, a Selic, mantida em 15% ao ano no final de julho – decisão que pôs fim a um ciclo de alta que durou sete reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
“A expectativa de uma atividade doméstica brasileira menos pujante com índices de inflação mais contidos permite que o Banco Central possa iniciar o processo de ajuste da taxa Selic alguns meses antes do inicialmente previsto”, destaca o relatório, que sugere um possível ajuste entre o início do primeiro trimestre de 2026 e, talvez, dezembro deste ano.
Diante da expectativa, a Ibiuna decidiu manter os investimentos majoritariamente em empresas domésticas com forte resiliência operacional e menor alavancagem – dada a desaceleração econômica e a ainda elevada taxa de juros.
“Entre os setores que temos maior exposição podemos citar as incorporadoras e construtoras, shopping centers, geradoras de energia elétrica e bancos”, complementa o texto.
Entre as apostas recentes da casa estão Localiza (RENT3), Cyrela (CYRE3), Vivara (VIVA3) e Itaú (ITUB4).
Resultados da Ibiuna
A gestora apresentou, nesta terça-feira (2), detalhes sobre as estratégias da casa e resultados dos principais fundos. Veja alguns deles:
- Ibiuna Long Short STLS: entregou +17,87% em 12 meses (138% do CDI);
- Ibiuna Long Biased: rendeu +18,16% (IMA-B +13,9% ou Ibovespa +15,2%);
- Ibiúna Equities: subiu +12,78% (IBX +9,7%).
No segmento de ações, que soma cerca de R$ 2,1 bilhões, a Ibiuna Investimetnos mantém fundos long only, long biased e long short, sempre com análise bottom-up e filtros rigorosos de liquidez.
“Não negociamos nada que não movimente pelo menos R$ 10 milhões por dia. Isso garante agilidade para entrar e sair de posições”
A gestora opera com gestão ativa de carteiras e especialistas setoriais cobrindo varejo, real estate, commodities, utilities e tecnologia. A escolha por papéis ligados ao consumo interno reflete a visão de que empresas com baixa alavancagem tendem a se beneficiar de um cenário de queda de juros e maior resiliência econômica.
Crédito e macro em expansão
Na frente de crédito, a gestora administra R$ 2,8 bilhões, com fundos que investem tanto em debêntures de infraestrutura isentas de IR quanto em bonds no Brasil e América Latina.
Já na estratégia macro, que responde por R$ 7,1 bilhões, a casa combina leitura de ciclos monetários globais e locais, buscando identificar pontos de virada em juros e moedas.
Um dos produtos mais recentes é o Ibiuna RF Ativo, fundo de renda fixa com viés macro, que deve ganhar versão previdenciária em breve.
“Todos os fundos estão abertos para captação, inclusive o previdenciário, que antes era restrito”, afirmou João Paulo de Toledo, sócio da Ibiuna Investimentos e responsável por Relacionamento com Investidores e Produtos.
Diferenciais e consistência
Segundo a Ibiuna, o diferencial da casa está na consistência de resultados e na disciplina de execução. No long short, a exposição direcional é neutra; já no long biased há flexibilidade de alocação, sempre com limite de 15% por empresa.
As carteiras são recalibradas diariamente para refletir a leitura de mercado dos gestores.
A gestora também recebeu recentemente a nota máxima (MQ1) da Moody’s, em reconhecimento à solidez de seus processos e governança.
Olho no futuro
Com a eleição de 2026 no horizonte e a possibilidade de cortes de juros pelo Federal Reserve, a Ibiuna vê oportunidades adicionais para ampliar ganhos em ativos domésticos.
“Estamos atentos a setores com baixa alavancagem, mas expostos ao consumo interno, que devem se beneficiar em um ambiente de desaceleração com juros em queda”, destacou Lion.
O plano da casa é se consolidar não apenas em performance, mas como referência em soluções completas — do varejo de alta renda à previdência institucional.