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quarta-feira, setembro 10, 2025

Ibovespa perde os 142 mil pontos com mercado de olho na política do Brasil e da Argentina

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Depois de registrar um rápido alívio no começo da manhã, o Ibovespa adotou um desempenho negativo ao longo de boa parte da sessão, pressionado pelo recuo de blue chips de bancos. Em meio às incertezas em torno do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) e de novas sanções por parte dos EUA, a piora na percepção de risco na Argentina acabou por contagiar os mercados locais.

No fim do dia, o Ibovespa encerrou com perda de 0,59%, aos 141.792 pontos, depois de oscilar entre os 141.329 pontos e os 143.089 pontos. Perto do fim da tarde, o índice se afastou das mínimas, com a diminuição do recuo de bancos. Segundo operadores, o movimento pode ter sido ampliado por causa da liquidez reduzida na sessão.

O volume financeiro do índice chegou a R$ 12,0 bilhões e a R$ 16,7 bilhões na B3. Em Wall Street, por outro lado, os principais índices americanos fecharam em alta: o Nasdaq subiu 0,45%, o Dow Jones avançou 0,25%, e o S&P 500 teve ganho de 0,21%.

Ontem, o governo de Javier Milei sofreu um duro revés na eleição parlamentar da província de Buenos Aires, que concentra quase 40% do eleitorado argentino e é considerada um bastião da oposição. A votação era vista como chave para medir a popularidade do governo.

O movimento levou o índice Merval a encerrar em queda de 13,25% nesta segunda-feira, impacto que também foi sentido no Brasil.

“Existe a leitura de que a onda à direita pode perder força. O efeito da mudança na Argentina foi bastante emblemático nos mercados desde o ano passado e, mesmo que seja um efeito marginal, não pode ser totalmente desconsiderado”, diz um gestor, na condição de anonimato.

Entre as quedas relevantes do mercado acionário argentino ficaram o Banco Patagonia S.A. (-13,99%) e o Grupo Financiero Galicia S.A. (-23,57%), o que pode ter contaminado os papéis das instituições brasileiras, aponta outro gestor. Bancos no Brasil caíram em bloco: BTG Pactual (-1,73%), Santander (-1,71%), Banco do Brasil (-0,95%), Bradesco PN (-0,52%) e Itaú PN (-0,47%).

O movimento mais negativo em bancos também foi visto como uma correção após a forte alta registrada na sexta-feira, em que a valorização do setor ajudou o índice a bater novo recorde de fechamento, aos 142.640 pontos.

O dia também foi negativo para ações cíclicas domésticas, que responderam pelas maiores perdas: CVC (-4,50%), Magazine Luiza (-3,88%), Assaí (-3,71%) e Vamos (-3,55%). Nesta segunda-feira, o índice de small caps da B3, que é formado por empresas mais sensíveis a juros, também encerrou com perda maior do que a do Ibovespa, com -1,01%.

Do lado positivo, Raízen fechou com ganho de 5,47%, após a companhia reiterar que tem avaliado alternativas estratégicas de capitalização. Já blue chips de commodities atuaram como contrapeso para reduzir as perdas do Ibovespa na sessão: os papéis ON da Vale encerraram em alta de 0,25%, enquanto as PN da Petrobras subiram 0,39%.

Apesar da recuperação registrada pelo Ibovespa ao longo deste ano em relação ao fechamento de 2024, os preços das ações continuam atrativos, avalia Roberto Knoepfelmacher, sócio e head de ações da Vinci Compass. Em um intervalo de 12 meses, as cotações têm variado muito pouco, enquanto as empresas seguem gerando lucros, afirma o gestor.

“O P/L do Ibovespa está na casa de 8,5x, muito abaixo da média histórica, que é mais próxima de 11x, um patamar que só se observa em momentos de crise profunda, como na época do Lehman Brothers. Atualmente, está historicamente barato, inclusive na comparação com pares internacionais, estando entre as bolsas mais baratas sob essa mesma relação”, destaca.

Por outro lado, o profissional ressalta que, para a bolsa deixar de estar descontada, será preciso algum catalisador que, neste caso, é queda dos juros no Brasil e nos Estados Unidos. Segundo Knoepfelmacher, os números de inflação têm surpreendido positivamente, refletindo a perda de força do dólar frente a outras moedas e a queda nos preços das commodities. Diante desse cenário, a gestora projeta que o ciclo de cortes de juros do Banco Central comece em dezembro.

Nesse contexto, a Vinci Compass tem aumentado a posição em empresas cíclicas domésticas. A gestora dá preferência ao setor elétrico e ao de saneamento, que historicamente performam bem em momentos de queda de juros. As empresas com maior peso no portfólio hoje são Equatorial e Eletrobras. Já na construção civil, a casa aposta em Cyrela.

[Fonte Original]

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