Mesmo sem grandes direcionadores locais e externos, o Ibovespa obteve suporte para renovar o duplo recorde: intradiário, aos 146.399 pontos; e de fechamento nominal, aos 145.865 pontos, com alta leve de 0,25%. A subida mais intensa de blue chips de bancos ajudou a manter o índice no campo positivo, enquanto o recuo das ações da Petrobras e do Banco do Brasil atuou para limitar o avanço. O dia também foi de vencimento de opções sobre ações, o que intensificou a volatilidade na sessão.
Em uma semana marcada por quatro sessões em que a principal referência acionária renovou patamares históricos, o Ibovespa avançou 2,53%. Em Wall Street, o pregão também foi de avanço firme dos principais índices americanos: o Nasdaq subiu 0,72%; o S&P 500 teve ganho de 0,49%; e o Dow Jones teve alta de 0,37%.
Entre as blue chips, as preferencias do Bradesco foram destaque, com ganho de 1,78%. As units do BTG Pactual também avançaram 1,69%, renovando a máxima histórica dos papéis e fazendo com que o banco ultrapassasse Bradesco e Banco do Brasil em valor de mercado, com o montante alcançando R$ 182,1 bilhões.
A título de comparação, o valor de mercado do Bradesco chegou a R$ 173,9 bilhões hoje, ao passo que o Banco do Brasil bateu R$ 123,9 bilhões. Ao contrário da maior parte do setor bancário, as ON de BB encerraram em queda de 2,17%, revertendo a alta de mais de 1% da sessão anterior.
Já as blue chips de commodities fecharam em direções opostas: as PN da Petrobras recuaram 1,11%, enquanto as ON da Vale subiram 0,40%. Com o vencimento de opções, o volume financeiro do Ibovespa chegou a R$ 21,7 bilhões e a R$ 28,3 bilhões na B3.
Sem grandes direcionadores no exterior e no mercado local, participantes do mercado citam que o Ibovespa teve dificuldade de adotar uma alta consistente, especialmente após o Federal Reserve (Fed, banco central americano) concretizar a redução dos juros americanos na última quarta-feira (17). O corte dos “Fed funds” já estava bem-precificado pelo mercado e era colocado como um dos gatilhos de curto prazo para as ações brasileiras.
Os papéis ON e PNB da Eletrobras ficaram entre as maiores altas da sessão, com ganhos de 3,16% e 3,08%, respectivamente. As ações ampliaram o movimento mais positivo visto no curto prazo.
Já na ponta contrária, as ações da Marfrig lideraram as maiores perdas, no valor de 6,70%, estendendo o recuo pela terceira sessão. Da mesma forma, Natura & Co passou por um dia de correção e recuou 4,65%, após subir mais de 16% ontem.
Embora os papéis da Eletrobras tenham sido destaque hoje, levantamento da XP aponta que a exposição ao setor de elétricas por fundos de ações continuou a cair (-2,61 p.p.) no mês passado, ainda que tenha permanecido elevada em 20,4%, superando o peso do setor no Ibovespa em 7,8 p.p. Os dados constam em relatório da corretora, assinado por Bernardo Guttmann e Luis Chagas. O estudo contou com mais de mil fundos, com R$ 269,5 bilhões sob gestão.
Por outro lado, a exposição ao setor de telecomunicações teve um forte aumento de 3,03 p.p., atingindo 8,6%, o que estaria 5,5 pontos percentuais acima do seu peso no Ibovespa. Já a exposição ao setor de bancos subiu 0,91 p.p., chegando a 14,3%. Ainda assim, a equipe da XP pondera que o setor continua como um dos que os fundos de ações estão com menor alocação, juntamente com mineração e siderurgia.