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quarta-feira, setembro 10, 2025

Premiê da França perde voto de confiança e terá que renunciar ao cargo

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O primeiro-ministro da França, François Bayrou, perdeu o voto de confiança votado hoje na Assembleia Nacional e agora precisará apresentar a renúncia formal de seu governo ao presidente francês Emmanuel Macron.

O premiê perdeu a votação por uma ampla margem, de 364 votos contrários ante 194 a favor.

Agora, Macron terá a tarefa de encontrar um novo primeiro-ministro para o país, que será o quinto num período de apenas dois anos. O antecessor de Bayrou, Michel Barnier, havia caído a pouco menos de um ano, em dezembro do ano passado.

A renúncia de Bayrou também representa um aprofundamento da crise política em que a França está mergulhada.

Ele convocou a votação numa tentativa de conquistar apoio para o seu projeto orçamentário para 2026, que envolvia o corte de 44 bilhões de euros das contas pública, incluindo a eliminação de dois feriados nacionais. Atualmente, o déficit francês chega a quase o dobro do limite imposto pela União Europeia, de 3%, e a dívida pública equivale a 114% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Mas os partidos de oposição não estavam dispostos a apoiar seu plano, com as eleições presidenciais de 2027 no horizonte.

Macron pode agora nomear um político de seu próprio grupo centrista minoritário no parlamento ou alguém das fileiras conservadoras como próximo premiê — mas isso significaria insistir numa estratégia que não conseguiu formar uma aliança estável até agora. Ele também pode pender para a esquerda e nomear um socialista moderado, ou escolher um tecnocrata. Nenhum desses cenários parece capaz de garantir maioria parlamentar ao próximo governo.

“Era inevitável que a necessidade de formar um novo governo levasse a uma diluição do plano de redução do déficit”, disse o ministro das Finanças, Eric Lombard, antes da votação.

Macron pode eventualmente decidir que a única saída para a crise é convocar eleições legislativas antecipadas, mas até agora tem resistido aos apelos da extrema direita (Reunião Nacional) e da esquerda radical (França Insubmissa) para dissolver o parlamento novamente.

A tarefa mais urgente do próximo governo será aprovar o orçamento — o mesmo desafio enfrentado por Bayrou quando assumiu o cargo.

“Vocês têm o poder de derrubar o governo, mas não têm o poder de apagar a realidade”, disse Bayrou aos parlamentares antes do voto de confiança.

“A realidade continuará implacável: os gastos continuarão a crescer, e o peso da dívida, já insustentável, ficará ainda mais pesado e caro”, afirmou.

“A própria sobrevivência da França está em jogo”, completou.

Um longo período de incerteza política e fiscal pode também minar a influência de Macron na Europa — justamente num momento em que os EUA adotam uma postura mais agressiva em relação ao comércio e à segurança, e uma guerra continua na Ucrânia, na fronteira oriental da Europa.

Segundo duas fontes próximas ao pensamento de Macron, o presidente e líderes de partidos centristas e conservadores avaliam que uma eleição antecipada não resolveria a crise, e que devem ser iniciadas negociações com os sociaistas.

Os socialistas propuseram um orçamento alternativo que inclui um imposto de pelo menos 2% sobre fortunas pessoais superiores a 100 milhões de euros, além de gerar uma economia de 22 bilhões de euros — uma proposta difícil de conciliar com a agenda pró-mercado e reformista do governo Macron.

[Fonte Original]

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