Prumo Day 2025 detalha impactos da tecnologia à infraestrutura

A programação contou com uma palestra do ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, que encerrou o evento com uma análise do momento atual da política e da economia globais. No início da manhã, depois de uma fala inicial conduzida pelo CEO da Prumo, Rogério Zampronha, foram realizados dois painéis com mediação da jornalista Leila Sterenberg. O primeiro reuniu o diretor da Amazon WebServices no Brasil, Cleber Morais, e o CEO da Tecnored e conselheiro sênior da Vale, Stephen Potter, que debateram inovação e inteligência artificial. O segundo apresentou o panorama de desenvolvimento dos combustíveis do futuro, de acordo com as perspectivas de Clara Bowman, diretora- executiva da HIF Global, e Alessandro Gardeman, CEO da Geo Biogás & Tech. “Nos últimos quatro anos, tomamos a decisão estratégica de reposicionar a empresa como líder da transição energética. Desde então, experimentamos um crescimento com velocidade de startup para uma empresa do setor de infraestrutura. Estamos na vanguarda de temas capazes de transformar o Brasil”, explicou Zampronha. “Queremos ser o facilitador do aumento da competitividade brasileira. Afinal, portos são muito mais do que instalações: são portais do Brasil para o mundo e do mundo para o Brasil.”

Transição energética consistente

O CEO lembrou que, em termos globais, a transição energética vem acontecendo de forma mais lenta, ainda que consistente. “O ritmo diminuiu, mas o avanço agora é mais focado e assertivo. Temos contribuído para que os produtos dessa nova economia se materializem. Enquanto investimos na infraestrutura necessária para viabilizar o ecossistema que produz os combustíveis do futuro e os fertilizantes verdes, trabalhamos para reduzir o custo Brasil”, disse.

“Provemos, com tecnologia, inovação e criatividade, soluções para a descarbonização dos nossos clientes.” E tudo isso num cenário em que o Brasil se destaca por apresentar ventos, sol, água, biomassa e uma infraestrutura historicamente voltada para a utilização de energia renovável. A Prumo é uma empresa brasileira, com sede no Rio de Janeiro, que tem como acionistas o fundo americano EIG Partners, especializado em investimentos nos setores de energia e infraestrutura, e o Mubadala Investment Company, fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos. Por meio de parcerias com empresas globais, já atraiu mais de R$ 60 bilhões em investimento estrangeiro para o Brasil. Entre os equipamentos que compõem o complexo, destaque para os terminais de minério de ferro, de petróleo, de regaseificação de GNL e de multicargas, além da maior base de apoio offshore do mundo e da maior base de produção de tubos flexíveis para a indústria de óleo e gás. São sete mil empregos diretos gerados pelas empresas instaladas no porto e cerca de 30 mil indiretos na região de influência.

Novo contexto internacional

O ex-ministro da Fazenda e sócio da consultoria Moura Rocha & Malan, Pedro Malan, apresentou uma análise do cenário macroeconômico e político atual, apontando que a relativa estabilidade baseada em instituições supranacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, vem dando lugar a um contexto que não valoriza mais a globalização. “O mundo está mais incerto, mais perigoso e mais imprevisível do que foi no passado. E será assim por algum tempo. O que aconteceu nos últimos seis meses representa uma mudança radical na direção da queda do multilateralismo e da ascensão das relações bilaterais”, disse. Essa mudança se consolidou ao longo dos últimos anos, segundo ele. Em especial depois da crise econômica de 2007 e 2008. “Naquele momento, o sistema financeiro chegou a um alto nível irresponsável de risco. A crise foi superada a um enorme custo reputacional, especialmente na Europa e nos Estados Unidos”, ele argumentou, para então constatar: “Como escreveu o filósofo Bertrand Russell, o futuro tem por ofício ser incerto. E está dentre os méritos da ciência habilitar o futuro em suas tarefas. Diante desse cenário de incertezas, é a inovação que vai direcionar os caminhos”. Malan defendeu que as empresas precisam se ajustar rapidamente a este novo cenário, com o suporte da tecnologia. E se disse otimista com relação ao país. “Tenho confiança no Brasil do futuro. Nós seremos capazes de nos erguer à altura desses desafios. O Brasil tem características que permitem realisticamente pensar num protagonismo significativo.”