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terça-feira, outubro 7, 2025

Claudia Cardinale, Estrela do Cinema Italiano, Morre Aos 87 Anos

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ullstein bild Dtl/Getty Images

Claudia Cardinale alcançou fama internacional depois do filme “8½”

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Claudia Cardinale, símbolo glamouroso do cinema italiano do pós-guerra e dona de uma longa e variada carreira no cinema e no teatro, morreu aos 87 anos, segundo a AFP e outros veículos franceses.

Criada na Tunísia em uma família de origem siciliana, Cardinale entrou para o mundo do cinema em 1957, após vencer um concurso de beleza em Túnis que lhe rendeu como prêmio uma viagem ao Festival de Veneza.

Sua voz precisou ser dublada nos primeiros papéis no cinema italiano porque ela havia crescido em um lar onde se falava dialeto siciliano e estudado em uma escola de língua francesa.

O início de sua carreira também foi marcado por uma gravidez secreta, que, segundo contou, foi resultado de um relacionamento abusivo. Ela deu à luz um filho, Patrick, em Londres, em 1958, e durante anos o apresentou como irmão mais novo, enquanto ele era criado por seus pais.

Após uma série de papéis menores, alcançou fama internacional em 1963, ao participar de “8½”, de Federico Fellini, e atuar ao lado de Burt Lancaster em “O Leopardo”, de Luchino Visconti, no mesmo ano. Filmando as duas produções simultaneamente, enfrentou dificuldades, já que precisava manter cores de cabelo diferentes para cada personagem.

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian em 2013, Cardinale comparou os estilos dos diretores: “Ele (Fellini) não conseguia filmar sem barulho. Com Visconti, era o oposto, parecia teatro. Não podíamos dizer uma palavra. Muito sério”.

Com a crescente notoriedade, abriu portas em Hollywood e estrelou “A Pantera Cor-de-Rosa”, de Blake Edwards, e “Era Uma Vez no Oeste”, de Sergio Leone, ambos lançados em 1968.

Nos anos 1970, sua carreira sofreu um abalo após o rompimento com o produtor Franco Cristaldi, com quem havia sido casada, para iniciar uma relação duradoura com o cineasta Pasquale Squitieri, pai de sua filha Claudia.

Irritado por ter sido deixado, Cristaldi pediu a amigos e colegas da indústria italiana que boicotassem a atriz, o que resultou, por exemplo, em Visconti recusando-a para seu último filme, “O Inocente” (1976). “Foi um momento muito delicado. Descobri que não tinha dinheiro algum na conta bancária”, relembrou Cardinale.

O diretor Franco Zeffirelli acabou resgatando sua carreira ao escalá-la na minissérie de TV “Jesus de Nazaré” (1977). Depois disso, seguiu trabalhando com outros cineastas europeus, como Werner Herzog e Marco Bellocchio.

De voz rouca e fumante inveterada, Cardinale tinha fama de mulher independente e livre. Chegou a desafiar o protocolo do Vaticano ao comparecer a uma audiência com o Papa Paulo VI usando minissaia. Um livro publicado em 2022 sobre sua vida foi intitulado Claudia Cardinale. A Indomável.

Radicada na França durante boa parte da vida, manteve amizade com os presidentes François Mitterrand e Jacques Chirac. A partir dos anos 2000, dedicou-se também ao teatro, sendo elogiada por suas atuações nos palcos. Continuou atuando em filmes e séries em diversas línguas europeias até a maturidade, incluindo a produção suíça Bulle, em 2020.

Em 2002, recebeu um prêmio pelo conjunto da obra no Festival de Berlim. Na ocasião, disse que atuar tinha sido uma carreira extraordinária:

“Vivi mais de 150 vidas – prostituta, santa, romântica, todo tipo de mulher – e é maravilhoso ter a oportunidade de se transformar. Trabalhei com os diretores mais importantes. Eles me deram tudo.”



[Fonte Original]

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