O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou nesta segunda-feira (22) que está considerando “todas as opções para a estabilização” da economia argentina e que está “pronto para fazer o necessário dentro de seu mandato para apoiar” o país e o governo do presidente Javier Milei, com quem se reunirá esta semana em Nova York, junto ao presidente Donald Trump.
“A Argentina é um aliado de importância sistêmica para os EUA na América Latina e o Departamento do Tesouro está pronto para fazer o necessário dentro de seu mandato para apoiar a Argentina. Todas as opções para a estabilização estão em aberto”, escreveu Bessent na rede social X.
Bessent adiantou algumas das opções que estão sendo consideradas para ajudar o país, embora tenha insistido que não se limitaram apenas a essas, abrindo a porta para qualquer alternativa.
A primeira foi a das linhas de swap, que consistem em acordos de troca de moedas entre bancos centrais. Nesse caso, seria o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) que trocaria dólares americanos com o banco central argentino.
Bessent se mostrou disposto a comprar pesos argentinos diretamente com dólares americanos, com o objetivo de evitar que o peso perdesse tanto valor em relação ao dólar, mantendo, em parte, o poder aquisitivo dos argentinos.
Além disso, propôs a compra da dívida argentina designada em dólares por meio do Fundo de Estabilização do Tesouro (ESF), uma ferramenta dos EUA para intervir nos mercados internacionais.
O governo Trump busca assim lançar uma espécie de salvação para a economia de um dos maiores aliados internacionais, especialmente no continente americano. O país atravessa um momento financeiro complicado, o peso argentino acelerou sua queda e o banco central teve que vender reservas.
O governo Milei está sob pressão política e econômica um pouco mais de um mês das eleições legislativas, nas quais metade da Câmara dos Deputados argentina será renovada.
Há algumas semanas, o peronismo venceu por mais de 13 pontos o partido de Milei, A Liberdade Avança, nas eleições legislativas da província de Buenos Aires.
“As oportunidades para o investimento privado continuarão amplas e a Argentina voltará a ser grande novamente”, comentou ele, em alusão ao slogan MAGA. Bessent, Trump e Milei se reunirão nesta terça em Nova York, onde líderes internacionais de todo o mundo se encontrarão para a Assembleia Geral da ONU.
Milei agradece EUA por compromisso em apoiar a Argentina
O presidente da Argentina, Javier Milei, expressou nesta segunda-feira seu agradecimento ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos pelo “apoio incondicional” a seu país.
Milei fez o agradecimento depois que o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, confirmou que manterá o apoio financeiro à Argentina por meio do Fundo de Estabilização Cambial (ESF).
“Enorme agradecimento ao secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e ao presidente Donald Trump pelo apoio incondicional ao povo argentino, que há dois anos escolheu reverter um século de decadência com muito esforço”, escreveu Milei em mensagem publicada na rede social X.
“Nós que defendemos as ideias da liberdade devemos trabalhar juntos pelo bem-estar de nossos povos. Nos vemos na terça-feira em Nova York”, acrescentou o presidente argentino, em referência à reunião bilateral agendada com Trump no âmbito da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.
“As oportunidades para o investimento privado continuam amplas e a Argentina voltará a ser grande”, destacou Bessent, que será o responsável por entregar a Milei o prêmio Global Citizen Award, concedido pelo centro de estudos Atlantic Council, durante um evento de gala na quarta-feira (24) em Nova York.
Milei confirmou na última semana que seu governo está negociando um novo empréstimo com o Tesouro dos EUA para fazer pagamentos da dívida em 2026, que serão de US$ 4 bilhões em janeiro e outros US$ 4,5 bilhões em julho.
A Argentina atravessa um momento de forte tensão financeira, após a forte alta do preço do dólar no mercado cambial, em detrimento do peso argentino, pelo que o banco central decidiu na última semana vender até US$ 1,11 bilhão para tentar frear a alta da moeda americana.