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- Author, Jonathan Csapo
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- Author, Adam Goldsmith
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Delegados de vários países — entre eles o Brasil— se retiraram em protesto, enquanto outras pessoas na plateia aplaudiam.
Netanyahu quis falar diretamente ao povo americano com seu discurso.
Fez referências ao 11 de setembro, agradeceu nominalmente ao presidente dos Estados Unidos — o que arrancou aplausos da delegação do país — e disse que Donald Trump está do seu lado em relação à situação com o Irã.
O primeiro-ministro israelense tem constantemente tentado retratar a guerra em Gaza como um confronto entre o bem e o mal e enquadrar as ações de Israel como “uma luta contra o terrorismo”.
No discurso na ONU não foi diferente. Netanyahu usou o palco para rebater a organização e a grande maioria dos países que juntos exigem um cessar-fogo imediato, libertação dos reféns do Hamas, o fim da construção de assentamos e a criação do Estado Palestino.
Ele também negou que Israel está deliberadamente atacando civis e rejeitou acusações de genocídio ou que esteja fazendo as pessoas passarem fome de propósito.
No início deste mês, uma comissão de inquérito da ONU afirmou que Israel cometeu genocídio contra palestinos em Gaza. A comissão citou declarações de líderes israelenses e o padrão de conduta das forças israelenses como evidência de intenção genocida.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que o relatório é “distorcido e falso”.

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Netanyahu deixou o palco sob aplausos de pé da delegação e de um grande grupo de observadores na sacada acima do salão da Assembleia Geral.
Alguns ergueram os punhos em apoio ao primeiro-ministro israelense — um forte contraste com os assentos oficiais dos delegados no salão principal abaixo, que estavam praticamente vazios.
Confira cinco conclusões do discurso de Netanyahu na ONU:
- O primeiro-ministro focou na “maldição do eixo terrorista do Irã”. Em diversos momentos, exibiu cartazes, um deles com o questionamento: “Quem grita morte à América?”, seguido de opções que incluía os Houthis, o Hezbollah, o Hamas, o Irã ou “todas as opções acima”. E disse que “[Trump] entende melhor do que qualquer outro líder que Israel e os Estados Unidos enfrentam uma ameaça comum”.
- Também destacou alguns dos sucessos de Israel em combater esses grupos no último ano.Tocando nos países no mapa, Netanyahu citou diferentes líderes, incluindo Yahya Sinwar, do Hamas, Hassan Nasrallah, do Hezbollah, e os principais cientistas atômicos do Irã. Todos “se foram”, afirmou.
- Após alto-falantes serem instalados na fronteira de Gaza para transmitir seu discurso para o território, Netanyahu se dirigiu diretamente aos reféns mantidos pelo Hamas: “Não nos esquecemos de vocês — nem por um segundo. O povo de Israel está com vocês”. Em determinado momento, sugeriu que grande parte do mundo se esqueceu dos ataques de 7 de outubro e apontou para um código QR em seu paletó que, segundo ele, continha o motivo “pelo qual devemos lutar e pelo qual devemos vencer”.

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- Netanyahu negou ter atacado civis em Gaza, e disse que seu país distribuiu “milhões de panfletos” pedindo para que a população evacuasse o território. Também negou que esteja fazendo as pessoas passarem fome. Segundo ele, se há moradores de Gaza que não têm comida suficiente, é porque o Hamas “rouba, acumula e vende”. A respeito das acusações de genocídio, perguntou se um país que comete genocídio imploraria à população para que se afastasse do perigo: “Os nazistas pediram aos judeus que partissem?”, questionou.
- No encerramento de seu discurso, o primeiro-ministro israelense criticou a decisão do Reino Unido e da França de reconhecer o estado palestino, chamando esse movimento de “suicídio nacional” para Israel. “É pura loucura, é insano e não faremos isso”, concluiu o primeiro-ministro israelense, acrescentando que o reconhecimento por parte de outros países era “vergonhoso”.