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A Starbucks está iniciando um amplo esforço de reestruturação de US$ 1 bilhão voltado a remodelar suas operações na América do Norte. Mas a medida levará ao fechamento de centenas de cafeterias da empresa e à eliminação de centenas de cargos corporativos, já que a companhia busca reacender o crescimento em seu maior mercado.
Em um documento regulatório divulgado na quinta-feira (25), a gigante do café com sede em Seattle informou que pretende reduzir em cerca de 1% seu portfólio de cafeterias próprias nos Estados Unidos e no Canadá durante o ano fiscal de 2025, uma variação líquida que reflete tanto inaugurações quanto fechamentos de lojas.
Isso equivale a cerca de 500 fechamentos na região e a Starbucks espera encerrar o ano fiscal com aproximadamente 18.300 unidades, incluindo as licenciadas, antes de retomar a expansão em 2026.
A Starbucks disse em comunicado: “Durante a revisão, identificamos cafeterias impactadas com base nos locais onde não conseguimos criar o ambiente físico que nossos clientes e parceiros esperam, ou onde não vemos uma perspectiva de desempenho financeiro.”
Starbucks desacelera a expansão de cafés
A Starbucks já havia reduzido as inaugurações de novas lojas neste ano em favor da reforma de unidades existentes, com o objetivo de restaurar a reputação da marca como um espaço de acolhimento entre a casa e o trabalho.
E o custo da reorganização será elevado. A companhia projeta cerca de US$ 1 bilhão em despesas totais de reestruturação, sendo aproximadamente 90% relacionadas ao negócio na América do Norte. Cerca de US$ 150 milhões cobrirão despesas com desligamentos de funcionários, enquanto aproximadamente US$ 850 milhões serão destinados a fechamentos e custos associados. Uma parte significativa desses encargos deve impactar os resultados no exercício de 2025.

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Brian Niccol, presidente e CEO da Starbucks, está tentando reacender a empresa
O plano também inclui demissões de cerca de 900 funcionários não ligados ao varejo, que devem entrar em vigor na sexta-feira e marcarão a segunda rodada de cortes desde que Brian Niccol assumiu o cargo de CEO em 2024. No início do ano, a empresa já havia eliminado cerca de 1.100 postos corporativos e encerrou 2024 com aproximadamente 16.000 empregados fora das lojas de varejo.
Niccol descreveu a iniciativa, parte de uma ampla revisão que ele batizou de Back to Starbucks, como uma forma de redirecionar investimentos para as lojas e a experiência do consumidor após seis trimestres consecutivos de queda nas vendas em mesmas unidades.
“Essas medidas são necessárias para construir uma Starbucks mais forte e resiliente, que gere mais oportunidades para nossos parceiros, fornecedores e para as comunidades que atendemos”, escreveu ele em carta aos funcionários.
Starbucks busca renovar operações
O Starbucks Workers United, sindicato que representa cerca de 12.000 baristas em mais de 650 lojas nos Estados Unidos, afirmou que pretende buscar negociação formal sobre os impactos dos fechamentos.
Niccol também implementou mudanças operacionais, incluindo uma política de retorno ao escritório de quatro dias por semana para a equipe corporativa e a contratação de executivos-chave com quem já havia trabalhado em sua passagem pela Chipotle e pela Yum Brands.
O anúncio de quinta-feira (25) seguiu-se a uma promessa feita de investir mais de US$ 500 milhões em horas adicionais de trabalho nas cafeterias próprias, dentro da iniciativa Green Apron Service, criada para melhorar a qualidade do atendimento.
As ações da Starbucks permaneceram praticamente estáveis, recuando cerca de 1% após a divulgação da notícia, mas ainda acumulam queda superior a 8% no ano. Niccol expressou confiança no retorno positivo de longo prazo da reestruturação, afirmando que espera conduzir a Starbucks rumo a se tornar “a maior empresa do mundo centrada no cliente”.