O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aconselhou nesta quinta-feira (18) o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, a considerar o uso das Forças Armadas para conter a imigração ilegal no país.
A declaração foi feita durante entrevista coletiva em Chequers, residência oficial do chefe de governo britânico, no último dia da visita de Estado de dois dias ao Reino Unido.
O líder americano destacou que sua experiência no combate à imigração irregular nos EUA pode servir de exemplo para Londres.
“O que vi, com milhões de pessoas chegando ao nosso país, era insuportável e fizemos um ótimo trabalho. Nos últimos três meses, não tivemos nenhuma entrada ilegal; dos milhões de pessoas que havia há um ano, não houve nenhuma”, disse. Segundo Trump, os EUA estão atualmente deportando muitas pessoas que entraram ilegalmente e intensificando o controle nas fronteiras.
“Acho que sua situação [no Reino Unido] é muito semelhante. Há pessoas que entram e eu disse ao primeiro-ministro que iria detê-las, e não importa se for necessário recorrer às Forças Armadas, não importa quais meios sejam utilizados. Isso destrói os países por dentro e, de fato, agora estamos deportando muitas das pessoas que entraram no nosso país”, acrescentou.
Starmer respondeu que o governo britânico tem um plano próprio para enfrentar a chegada irregular de migrantes que atravessam o Canal da Mancha. O premiê mencionou acordos de retorno firmados com países vizinhos, como a França, e citou o primeiro envio de imigrantes de volta ao território francês dentro do esquema “um por um”.
“Isso é um passo importante, mas não existe solução mágica”, declarou, frisando que a questão continua sendo um dos maiores desafios para o Reino Unido.
A coletiva também abordou outros temas da agenda bilateral, como a guerra na Ucrânia, o conflito em Gaza e um pacto tecnológico assinado em Chequers. O acordo prevê investimentos de empresas americanas no Reino Unido e maior cooperação em inteligência artificial, computação quântica e novas tecnologias. Trump afirmou que a iniciativa permitirá que os dois países “dominem” esse setor estratégico.
Durante a visita, Trump foi recebido pelo rei Charles III no Castelo de Windsor e participou de um banquete de Estado antes de suas conversas políticas com Starmer. A passagem pelo Reino Unido foi a segunda visita oficial do presidente ao país desde 2019, marcada pela reafirmação da “relação especial” entre Washington e Londres.