O relatório “Monthly Market Insights – Setembro 2025”, publicado pela Binance Research, revelou que agosto foi um período de resfriamento e rebalanceamento do Bitcoin e das altcoins. A capitalização total do mercado recuou 1,7%, pressionada pela leitura acima do esperado do Índice de Preços ao Produtor (PPI) nos Estados Unidos.
Nesse cenário, a dominância do Bitcoin caiu para 57,3%, enquanto a fatia do Ethereum subiu para 14,2%. A mudança refletiu a rotação dos investidores para altcoins, estimulada pela expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve. O relatório destacou ainda que tesourarias corporativas já acumulam 4,44 milhões de ETH, o que representa 3,67% da oferta total da moeda, um sinal de confiança crescente das instituições nos ativos digitais.
O documento também analisou a relação entre cortes de juros e o desempenho do Bitcoin. Embora exista a percepção de que reduções nas taxas são positivas para o ativo, a Binance Research observou que os dados históricos não comprovam essa correlação de forma consistente.
A influência dos cortes, segundo os analistas, tornou-se mais complexa e depende hoje de fatores institucionais e de condições específicas de mercado, o que reforça a dificuldade em prever reações automáticas de preço.
Outro destaque foi o avanço da stablecoin USDe, emitida na rede Ethena. O ativo, conhecido como “dólar sintético” por manter paridade de 1:1 com o dólar, alcançou US$ 12,2 bilhões em oferta, após crescimento de 43,5% apenas em agosto.
O relatório apontou que esse desempenho tornou o USDe o ativo que mais rapidamente atingiu a marca de US$ 10 bilhões na história. Hoje, ele já representa mais de 4% do mercado de stablecoins, avaliado em cerca de US$ 280 bilhões. Para a Binance Research, modelos que oferecem rendimento devem continuar ganhando espaço, especialmente em um ambiente de juros globais ainda elevados em relação à média histórica, mas em tendência de queda.
Os empréstimos descentralizados (DeFi) também apresentaram forte crescimento. O valor total bloqueado em protocolos do setor subiu 72% em 2025, até o fim de agosto. O Aave lidera com 54% de participação, enquanto plataformas como Maple e Euler alcançaram cada uma aproximadamente US$ 3 bilhões em ativos, consolidando o setor como um campo atraente para o interesse institucional.
Além disso, o estudo mostrou que as recompras de tokens DeFi somaram US$ 166 milhões em agosto. Projetos como Hyperliquid e Pump.fun puxaram esse movimento, que tem como objetivo valorizar os tokens e transmitir confiança de longo prazo. Apesar da prática ser bem recebida pelo mercado, a Binance Research ressaltou que a sua sustentabilidade depende diretamente da capacidade das plataformas em gerar receitas consistentes.
Níveis para serem observados no Bitcoin agora
Diante deste cenário traçado pela Binance, o analista da CryptoQuant, Alex Adler Jr, apontou diversos dados que os traders devem ficar de olho e os níveis de suporte e resistência que podem ajudar os investidores a lucrar com cripto nesta semana.
Segundo ele, um dos primeiros gráficos para ficar de olho é o momentum de 30 dias que está em -5% , permanecendo na zona negativa. Há uma semana, estava em -8% , então a pressão baixista diminuiu ligeiramente, mas os compradores ainda não têm vantagem – o regime de mercado permanece em “consolidação com leve viés de baixa/busca de equilíbrio.
Adler também olha para o mercado de opções e aponta alguns dados importantes sobre a semana
Dor máxima inalterada: US$ 112 mil → US$ 112 mil (estabilização do pino em torno de 110–113 mil ).
O perfil de chamada ficou mais próximo e mais leve: o pico mudou de US$ 128 mil para US$ 126 mil , e os volumes máximos diminuíram (≈ 10 milhões contra ≈ 20 milhões antes).
A proteção de venda foi reduzida: os principais clusters agora estão em US$ 90–95 mil (anteriormente mais perto de US$ 100–105 mil ) e a “colchão” perto do spot de US$ 108–112 mil é fina.
Cenário otimista: Manter/retornar acima de US$ 112 mil e acúmulo de juros em US$ 118–120 mil cria um “ímã” para US$ 120–123 mil ; manter-se acima de US$ 123 mil rapidamente abre caminho para zonas de compra densas de US$ 125–126 mil .
Cenário de baixa: Manter abaixo de US$ 112 mil com volumes de venda crescentes em US$ 109–111 mil fortalecendo a tendência para US$ 109–110 mil ; com pressão adicional, possível arrasto na zona esparsa para US$ 105 mil , com risco de “deslizamento” para proteção profunda de US$ 100–102 mil .
“o “pino” da série atual se mantém em US$ 112 mil , a cauda superior concentrada em US$ 122-126 mil e o seguro de venda se aprofundou no mercado de ações (OTM). O saldo permanece neutro-baixista em torno de US$ 110-115 mil ; a quebra de US$ 123 mil ativa o “ímã” superior de US$ 125-126 mil , enquanto a perda de US$ 112 mil aumenta o risco de aceleração para US$ 109-105 mil .
Mapa de Calor do Ciclo do Bitcoin
Além disso ele também olha para o Mapa de Calor do Bitcoin, e sinaliza que atualmente, um terço do caminho entre o preço máximo atingido nos halvings anteriores foi concluído.
Em comparação com o histórico, a base de tendência final está se formando. A pontuação de calor = 51 confirma o resfriamento do último impulso após o superaquecimento local acima de US$ 120 mil .
Para definir os níveis máximos e mínimos da semana, ele também olha para o mercado de futuros e afirma que ele passou de uma clara pressão vendedora para um equilíbrio frágil, mas não entrou em regime de alta.
Enquanto o IMI estiver ≤ 50 e o preço estiver abaixo do Valor Justo, o cenário base é reparo/consolidação com viés de baixa, com testes de 110-108 mil e recuperações de vendas a descoberto. Para uma tendência de alta sustentada, é necessário um IMI > 55 em várias sessões de negociação consecutivas, apoiado por um fluxo positivo de compradores e crescimento do OI com a alta dos preços.
No geral, segundo Adler, a semana parece ser de “reparo/equilíbrio”: dados fracos de emprego e rendimentos em queda sustentaram o apetite ao risco, mas o mercado de ações reage de forma desigual e a sensibilidade à inflação/tarifas permanece alta.
Além disso, ele afirma que o cenário para o BTC é misto: o preço se mantém em US$ 110-112 mil e está “fixado” em US$ 112 mil (IBIT US$ 63) para o vencimento mais próximo – isso restringe o momentum de alta.
O índice futuro oscila em torno de 45-50: vendedor enfraquecido, mas sem regime de alta sustentado. O cenário on-chain é neutro-fraco (endereços ativos e hashrate caíram), porém, saídas de capital em exchanges e crescimento da oferta de STH para 23-24% com pressão de rotação de 50% indicam uma re-rotação precoce sem sinais de euforia. Cenário base – consolidação em US$ 110-115 mil com risco de testes em US$ 108-105 mil , enquanto o preço está abaixo do valor justo de 30 dias em US$ 115-116 mil e os derivativos não confirmam a demanda”, finaliza.