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sexta-feira, setembro 19, 2025

Trump e Xi iniciam conversa que pode selar destino do TikTok; veja o que está em jogo

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, iniciaram nesta sexta-feira (19) uma conversa que deve definir o futuro do TikTok e, possivelmente, aliviar tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

Segundo comunicado da Casa Branca, a ligação começou às 8h no horário de Washington (9h em Brasília).

Os líderes discutem um acordo preliminar apresentado nesta semana para transferir o controle das operações do TikTok nos EUA da chinesa ByteDance Ltd. para um consórcio de investidores americanos.

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Os detalhes do acerto ainda não foram divulgados, e Trump manteve cautela em entrevista à Fox News exibida na quinta-feira (18). “Parece que eles aprovaram o TikTok, e o TikTok representa muito dinheiro para os Estados Unidos, então isso foi bom, mas vamos ver como tudo funciona”, afirmou.

A ligação é a primeira desde junho, em meio a disputas sobre restrições comerciais que atingem setores estratégicos como semicondutores e terras-raras. Isso inclui a disputa em torno do acesso da Nvidia Corp. à China, hoje limitado por controles de exportação dos EUA e por esforços de Pequim para reduzir a demanda local por seus produtos. “Estamos muito perto de acordos sobre tudo isso”, disse Trump, acrescentando que sua relação com a China “é muito boa”.

O contato pode abrir caminho para um encontro presencial, o primeiro desde que Trump voltou à Casa Branca. A reunião incluiria uma agenda mais ampla, como a expectativa de um pedido chinês de aviões da Boeing Co. e discussões sobre crises geopolíticas em andamento na Ucrânia, no Oriente Médio e no Mar do Sul da China.

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A disposição de Trump em priorizar um acordo transacional sobre o TikTok deixou em segundo plano preocupações de segurança nacional que sustentaram a lei bipartidária que inicialmente fixava janeiro como prazo para a venda do aplicativo. O presidente já assinou ordens executivas estendendo o prazo, embora sua base legal para manter o app em operação continue incerta. “Há um valor enorme, e eu odeio abrir mão desse valor. Prefiro colher os benefícios”, disse Trump na quinta-feira, após encontro em Londres com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

O arranjo ainda não anunciado prevê que a ByteDance fique com até 20% da operação, enquanto os demais investidores incluiriam Oracle Corp., Andreessen Horowitz e a gestora de private equity Silver Lake Management LLC, segundo pessoas próximas ao assunto. Trump declarou em Londres que a empresa seria “de investidores totalmente americanos” e “companhias que amam a América”, mas evitou responder se o aplicativo precisará de um novo algoritmo.

Henrietta Levin, pesquisadora do Center for Strategic and International Studies, afirmou que um modelo em que a tecnologia continue sob controle chinês seria visto por Pequim como um sucesso, mas contrariaria “o que a lei de fato exige, que é a propriedade corporativa americana dessa capacidade”.

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Para Steve Yates, pesquisador da Heritage Foundation, Trump deve estar pronto para abandonar o acordo se Xi não atender às expectativas sobre o algoritmo. “Se houver falhas e não houver conformidade, o presidente precisa bancar a ameaça e retirar o TikTok do mercado americano até que se enquadre nas exigências”, disse.

Trump, antes crítico do TikTok, mudou sua posição e atribui ao aplicativo parte do apoio conquistado entre jovens nas eleições do ano passado. “Os jovens queriam muito isso”, disse a jornalistas na terça-feira, acrescentando que recebeu ligações de pais dizendo que estariam “em apuros com os filhos” se o acordo não saísse.

A Nvidia, que lidera a indústria global de chips de inteligência artificial, acompanha de perto a ligação, assim como a ByteDance. A companhia pressiona o governo Trump para flexibilizar as restrições às exportações de chips de IA para clientes chineses. Ao mesmo tempo, autoridades em Pequim acusaram a empresa de violar leis antitruste e vêm incentivando empresas locais a substituir os produtos da Nvidia por alternativas domésticas.

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O futuro da Nvidia será um teste da relação que o CEO Jensen Huang vem cultivando com Trump desde janeiro. Huang prometeu investir até US$ 500 bilhões em infraestrutura de IA nos EUA, promessa que agrada ao presidente. O executivo acompanhou parte da viagem de Trump ao Reino Unido, onde o presidente chegou a brincar: “Você está dominando o mundo, Jensen. Não sei o que está fazendo aqui. Espero que esteja certo”.

EUA e China também vivem uma trégua, até novembro, em uma guerra tarifária que chegou a elevar tarifas americanas a 145%. Ainda resta uma alíquota de 20% como pressão para conter o fluxo de fentanil e insumos usados em sua produção. Trump afirmou na quinta-feira que “em escala muito maior, estamos bem próximos de um acordo”, mas seu posicionamento pode ser afetado por uma decisão pendente da Suprema Corte sobre a legalidade de uma das ferramentas tarifárias usadas para impor as tarifas à China.

Enquanto a trégua segue indefinida após a última extensão, Yates avaliou que “não há expectativa de resultados imediatos”. Trump, por sua vez, tem pressionado aliados a ampliar sanções contra China e Índia como forma de aumentar a pressão econômica sobre Vladimir Putin e encerrar a guerra na Ucrânia.

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©️2025 Bloomberg L.P.

[Fonte Original]

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