MOTO G86 REVIEW: A Motorola caprichou nesse novo Moto G

Todo ano, a Motorola lança vários Moto G, e esses costumam ser os melhores celulares custo benefício para comprar. O Moto G84 surpreendeu com construção premium e longa autonomia – foi um celular que vendeu muito. Já o Moto G85 ano passado manteve as boas características do antecessor, mas deixou a desejar na performance. Foi um celular que não fez tanto sucesso assim. Agora chegou a vez do Moto G86. Com uma construção melhor, bateria grande e processador potente, ele tem tudo para ser um dos melhores custo benefício para 2025. Bora testar e descobrir se isso é verdade.

Construção Externa

No design, o novo Moto G86 mantém a identidade visual que a Motorola vem construindo nos últimos anos. O problema é que, visualmente, ele é idêntico a vários outros smartphones da marca, dificultando a diferenciação entre os modelos.

A traseira possui um acabamento em polímero de silicone. A Motorola adora usar esse material, e a textura é bem premium e suave ao toque.

Nas cores, o modelo de 256 GB está disponível em vermelho e também grafite. Já o modelo de 512 GB pode ser comprado apenas em verde escuro ou lilás.

O material escolhido para a moldura foi plástico, e é aqui nas laterais onde encontramos os botões de volume, o botão power e também um microfone. Na parte de cima tem outro microfone e também o logo da “Dolby“, empresa que mantém parceria com o áudio da Motorola já tem vários anos.

Embaixo da tela na parte de cima temos a saída de som para chamadas, e junto do speaker principal formam um som estéreo. Aqui embaixo tem também a entrada USB-C e mais um microfone.

A saída para fones de 3.5mm foi embora no Moto G85 e não voltou no Moto G86, mas felizmente a gavetinha de chip ainda suporta cartão de memória. Então se 256GB não é armazenamento suficiente para você, pode colocar um cartão micro-SD de até 1 terabyte aqui dentro.

Como alternativa, ao invés de cartão de memória é possível instalar outro chip físico. Vale mencionar que o G86 também tem suporte a eSIM, então estamos falando de um celular bem completo.

Proteções

Uma das grandes diferenças do Moto G86 é nas proteções: a Motorola simplesmente não economizou em nada, certificando o novo Moto G com resistência IP68 e IP69. Essa certificação garante proteção não apenas a submersão em água, mas também a jatos de água de alta pressão.

Vale mencionar que o Moto G86 também leva certificação militar de resistência a variações de temperatura e pressão.

Considerando que o Moto G85 do ano passado não recebeu nenhuma certificação de resistência à água, muito menos resistência militar, tivemos um grande avanço no quesito durabilidade.

Já no vidro da tela, outra boa notícia: o painel é feito de Gorilla Glass 7i, uma boa opção custo benefício da fabricante Corning.

De forma geral, eu estou bem satisfeito com a construção do Moto G86. O design é repetitivo, mas eles melhoraram na parte mais importante, que são as proteções contra água e quedas. Claro que você ainda precisa ter cuidado com o celular, capinha, película – mas dá uma tranquilidade em saber que ele foi feito para aguentar o tranco do dia a dia.

Tela

Quanto à tela, a Motorola abandonou a ideia de painel curvo, pelo menos nessa geração do Moto G.

As únicas semelhanças com a tela anterior é que essa continua P-OLED, com 6.67 polegadas de tamanho e 120Hz na taxa de atualização. De resto, o brilho teve um aumento impressionante de 1600 nits para 4500 nits.

Mas um upgrade que eu não esperava é a resolução da tela: foi de FULL HD+ para resolução 1.5K. O resultado é uma tela extremamente nítida, rivalizando não apenas outros intermediários, mas também celulares topo de linha.

Como de costume, a Motorola permite escolher que a tela reproduza cores naturais, radiantes ou intensas. Dentro dessas variações, também disponibilizam um círculo para escolher a temperatura da cor. Isso é algo legal dos celulares da Motorola – eles focam na customização, assim você tem a opção de personalizar do seu jeito, ao invés de ficar preso com as configurações do fabricante.

As telas dos smartphones melhoraram muito nos últimos anos, e o Moto G86 é um excelente exemplo disso. Não precisamos pagar caro para ter uma tela topo de linha.

Câmeras

Chegamos às câmeras, e apesar do Moto G86 aparentar ter um conjunto triplo de sensores, na realidade, são apenas duas: é a principal de 50 MP com sensor Sony Lytia 600 com estabilização óptica, e também uma Ultrawide de 8 MP.

Para comparar a qualidade das fotos, eu tirei várias ao lado do concorrente Galaxy A36. Começando pela câmera principal: Nessa foto no quintal ficou bem aparente a diferença de estilo nas fotos desses dois intermediários. O Samsung suavizou a imagem e manteve as cores mais naturais, enquanto o Motorola aumentou o contraste e saturação. Reparando bem, o Galaxy A36 suavizou tanto que até escondeu alguns detalhes da imagem, como a parte escura do muro.

Já com o modo retrato ativado, nenhum dos dois teve um recorte satisfatório, afinal, estamos tratando de celulares focados no custo benefício, mas é inegável que o Moto G86 tirou uma foto bem melhor.

Nessa foto na varanda, reparem a diferença na cor do moletom. Ele é marrom, mas ficou bem alaranjado em ambos. Outro detalhe interessante é na parte de cima, onde o Moto G adicionou um efeito “halo” contornando o teto.

Eu tirei essas fotos de manhã, com bastante sol, então foi interessante ver como os celulares lidam com luz extrema. Na minha opinião, o Moto G se saiu melhor até agora. O contraste está mais agradável e, apesar da saturação estar um pouco acima do que eu gostaria, preferi aos tons lavados do Galaxy A36.

Honestamente, eu achei que nas selfies o Galaxy A36 venceria fácil, mas não foi bem assim. Em boas condições de luz, os dois se saem bem, mas nas selfies noturnas, o resultado é bem diferente. Nessa aqui, o Samsung deixou a foto amarelada demais, enquanto o Moto G conseguiu balancear melhor as cores. Ficou com uma nitidez melhor, também.

Essa diferença de nitidez nas fotos escuras ficou bem visível nessa aqui que eu tirei na garagem. A princípio, ficaram bem parecidas, mas dando zoom no pneu do carro notamos que o Galaxy A36 bagunçou o HDR, falhando em captar os detalhes da foto do Motorola.

Considerando que esse é o exato mesmo conjunto de câmeras do Moto G85, eu não esperava resultados tão bons aqui no G86. Parece que a Motorola trabalhou duro para melhorar o software de câmeras. A melhora no pós-processamentos das fotos esse ano foi impressionante.

Bateria

Um dos pontos onde a Motorola tem caprichado é a autonomia: depois de 8 horas de uso intenso – navegando no Instagram, assistindo vídeos no YouTube, jogando, gravando vídeo e mais – o Moto G86 ainda ficou com 22% de carga sobrando.

Para comparação, o Galaxy A56, outro concorrente da Samsung, terminou o mesmo teste com 17% de bateria. Ainda é um bom resultado, mas o Moto G86 conseguiu fazer melhor.

Isso significa que você pode usar o celular o dia inteiro sem ficar se preocupando com bateria. E na hora de carregar, o Moto G86 vem com carregador de 33W na caixa. Eu testei e ele enche a carga dos 0 ao 100% em 1h e 8 minutos. Ou seja, se você precisa colocar uma carguinha extra antes de sair de casa, pode contar com esse carregador.

Performance

Eu critiquei bastante o Moto G85 por ter uma performance igual a do Moto G84, mas felizmente a Motorola não cometeu o mesmo erro no novo modelo: o Moto G86 conta com o processador Dimensity 7300, e eu já sou bem familiarizado com esse chip da Mediatek. Acontece que é o mesmo processador do compacto Edge 50 Neo e também do POCO X7, dois celulares que testamos no começo do ano.

O desempenho desse chip certamente não deixa a desejar em tarefas cotidianas. Você sente agilidade ao usar o celular em vários aplicativos ao mesmo tempo, editando fotos e vídeos, realizando pagamentos e por aí vai. Não é um Moto G de entrada, mas sim, intermediário.

O aplicativo AnTuTU Benchmark confirma essa classificação: o Moto G86 pontua cerca de 658 mil pontos no teste de performance, cerca de 30% a mais que o celular do ano passado. Esse resultado coloca o Moto G86 competindo em performance contra celulares como os que citei anteriormente – Edge 50 Neo e POCO X7 – e também contra o Galaxy A36 e A55 da Samsung.

Quanto aos jogos, infelizmente o Moto G86 decepcionou. Apesar dele ser mais potente que o antecessor, não está bem otimizado ainda para os jogos, talvez por se tratar de um lançamento.

Se você curte jogos leves, como Asphalt ou COD Mobile, pode ir tranquilo que o Moto G teve um bom desempenho nesses games. Agora, se o seu negócio é jogar títulos pesados como Genshin Impact e CarX Street, eu recomendo investir num aparelho com mais foco em potência, como o Galaxy A56 ou até mesmo o POCO X7 Pro.

Sistema e Atualizações

O Moto G86 roda a interface Hello UI da Motorola sob o Android 15. Pelo que eu pesquisei, o Moto G86 vai receber 3 anos de atualizações de sistema operacional e 4 anos de patches de segurança. Esse tempo eu classifico como bom, mas o ideal seriam 4 anos também de sistema operacional.

A interface Hello UI oferece uma experiência bem parecida com o Android padrão do Google, mas com alguns extras da Motorola que complementam bem a experiência, principalmente na parte da customização. A Motorola tem um design bem humano e intuitivo, então é bem fácil encontrar o que procura e deixar a interface bem organizada.

Conclusão

Se faltava inovação nos celulares custo benefício da Motorola, o G86 chegou para mudar isso:

• Na construção, ele recebe agora certificação militar, IP68 e também IP69 – essas são as melhores certificações de resistência disponíveis atualmente para smartphones.
• Outra melhoria foi na tela: o brilho aumentou muito e a resolução também subiu, resultando numa telas super nítidas que consegue reproduzir conteúdos em alto alcance dinâmico.
• Nas câmeras, ele até pode ter as mesmas do Moto G85, mas tivemos resultados muito melhores no celular desse ano. Eu não esperava por isso, mas o Moto G86 tira fotos melhores que o Galaxy A36 da Samsung, tanto com a câmera principal quanto a de selfie.
• Mas o maior upgrade, na minha opinião, foi a performance. Finalmente temos um Moto G que consegue competir ao nível dos intermediários da Samsung e Xiaomi. Entretanto, vale lembrar que ele continua não sendo um bom celular para jogos pesados, pelo menos não ainda. Vamos ver se ele melhora em futuras atualizações.

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Considerando todas essas melhorias, certamente eu recomendo a compra do Moto G86, certo? Bem, quando ele cair de preço, com certeza sim. Mas, enquanto ele mantém o preço de R$ 2.000, eu simplesmente não vejo motivos para escolher o Moto G86 ao invés de um Galaxy A56 ou até mesmo POCO X7 Pro. São dois aparelhos que estão num patamar muito acima do Moto G, e ainda custam menos.

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Quando o Moto G86 estiver custando cerca de R$ 1.700, aí sim, é um valor que eu considero justo pelo aparelho e fica aqui a minha recomendação.