Para quem acredita que sexo não é coisa da terceira idade, está bem enganado. Celebridades acima dos 60 anos têm provado que qualquer fase da vida pode ser de novas descobertas se você decidir. E isso tem sido especialmente ilustrado por Odete Roitman, uma das personagens principais do elenco de “Vale Tudo”, interpretada pela atriz Debora Bloch.
Para a artista, a sexualidade livre de Odete, combinada com a reação positiva do público, que até mesmo cria memes sobre o tema, é divertida e transgressora. Além disso, em entrevista ao GLOBO ela contou que a vida sexual na maturidade é mais calma, porque o casal já sabe quem é no mundo.
A apresentadora do programa “Mais Você”, Ana Maria Braga, já falou sobre a importância do prazer feminino, inclusive citando brinquedos eróticos, no programa. Além disso, durante uma participação de Eliana no conhecido café da manhã de Ana Maria, a apresentadora reforçou que acredita que não exista coisa melhor do que o sexo.
A atriz e cantora Zezé Motta, de 81 anos, não esconde que mantém uma vida sexual ativa. Ela acredita que o sexo é saudável, e por isso, deve fazer parte da rotina.
O mesmo vale para a atriz Neusa Borges, de 83 anos, que comentou sobre o tema em uma entrevista ao GLOBO:
— Beijar na boca nunca fez mal a ninguém. As pessoas acham que velhos não fazem sexo, mas a gente também dá umazinha de vez em quando — afirma.
Por que o sexo na terceira idade é importante?
Pesquisadores do Hope College em Michigan, Estados Unidos, descobriram que homens e mulheres com idades entre 62 e 74 anos, que tenham uma vida sexual “muito prazerosa e satisfatória”, obtém melhores resultados de saúde cognitiva cinco anos mais tarde do que aqueles que revelaram não ter uma rotina sexual.
Segundo os cientistas, os resultados podem ser devido aos benefícios do sexo no alívio do estresse e na liberação do hormônio do prazer, a dopamina. O estudo envolveu 1.683 pessoas com 62 anos ou mais, e os escores cognitivos foram uma avaliação combinada de seis áreas principais, incluindo memória de trabalho, atenção e habilidades visuoespaciais.
Entre pessoas mais velhas (de 75 a 90 anos), o resultado foi ainda melhor. Segundo o estudo, a relação sexual nessa idade não precisa ser boa, mas precisa ter frequência — pelo menos uma vez por semana.
“Adultos mais velhos que gostam de atividades sexuais satisfatórias podem experimentar diminuição do estresse, o que impediria a formação de novos neurônios (neurogênese). Assim, as pessoas com relacionamentos sexualmente mais satisfatórios podem experimentar níveis mais elevados de dopamina, que tem sido associada à melhora da memória em adultos mais velhos”, escreveram os pesquisadores.
O tamanho do efeito foi comparável à vantagem transmitida por uma educação mais longa, ou seja, ter frequentado a universidade em comparação com não terminar o ensino médio.
“A frequência sexual é importante em idades mais avançadas porque fazer sexo nesses últimos anos, independentemente da qualidade sexual, é benéfico para os resultados de saúde. Visto que ela é uma forma de atividade física e a tendência é apresentar um comportamento mais sedentário conforme a idade avança”, afirmam os autores.