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domingo, setembro 7, 2025

Reflorestamento será insuficiente para deter o aquecimento global

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Não há solução fácil para conter o aquecimento global. Durante muito tempo, acreditou-se que o reflorestamento seria a chave para compensar as emissões de gases causadores do efeito estufa. É evidente que o carbono capturado pelas árvores ajuda. Mas não resolve, como acaba de demonstrar uma equipe de 16 cientistas, chineses, americanos, franceses e britânicos em artigo publicado na revista científica americana Science.

Os pesquisadores levantaram dados sobre a oferta real de terras para reflorestamento e plantio de novas árvores, de modo a calcular quanto elas poderiam absorver do carbono atmosférico. O resultado ficou muito aquém do que esperavam. Os 389 milhões de hectares disponíveis, área equivalente a dez Paraguais, retirariam 39,9 bilhões de toneladas de carbono da atmosfera até 2050, “substancialmente abaixo das estimativas anteriores”. Para ter uma ideia, só em 2024 foram emitidos 42 bilhões de toneladas. E as áreas já comprometidas com projetos de reflorestamento somam apenas 120 milhões de hectares.

Desses 120 milhões de hectares disponíveis para projetos de conservação e restauração florestal, 71% estão em países de média e baixa renda. As Américas respondem por 42% do total, e a Europa por 26%. Brasil, Rússia e Estados Unidos abrigam 36%. Só o Brasil, em função da Amazônia, aparece com 20% dos espaços disponíveis para a captura de carbono por florestas. É disparado o primeiro do ranking. Europa e América do Sul têm projetos para reflorestar, respectivamente, 12,8% e 16,1% das áreas com potencial, bem menos que a média global de 59%.

Os projetos de reflorestamento e conservação ambiental não contribuirão para capturar carbono na medida das estimativas otimistas não apenas em virtude de expectativas irreais sobre a disponibilidade de terras, mas também por causa de limites intrínsecos ao sequestro de gases a partir das árvores.

Empresas de petróleo têm investido bastante em reflorestamento para compensar suas emissões. Pesquisadores britânicos levantaram as reservas de petróleo e gás das 200 maiores empresas do setor, calcularam quanto carbono elas contêm e a área florestal necessária para compensá-lo. Concluíram, noutro estudo publicado na revista Nature, que seria preciso cobrir de árvores todo o território da América do Norte e da América Central. “O público pode entender esse tipo de compensação como uma espécie de mágica, mas simplesmente não é”, afirma Nina Friggens, da Universidade de Exeter, coautora do estudo.

As pesquisas trazem uma medida da limitação no uso de florestas para mitigar o aquecimento global. Sem deixar de seguir com projetos de conservação e reflorestamento, além de outras tecnologias usadas no sequestro de carbono da atmosfera, continua importante conter quanto antes as principais fontes de emissões de gases. Não há como fugir disso.

[Fonte Original]

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