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terça-feira, outubro 21, 2025

Agilidade para inovar é destaque nas melhores empresas para trabalhar

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A capacidade das equipes se adaptarem às transformações e gerar soluções criativas com agilidade é um dos critérios para a escolha das melhores empresas para trabalhar, uma lista elaborada pelo Great Place to Work, em parceria com Época Negócios e Valor. Os resultados de 2025 mostram diferenças significativas entre o Índice de Velocidade da Inovação (IVR) das companhias classificadas e das que ficaram de fora da lista.

Entre as organizações não selecionadas, 66% se encontram no estágio de atrito, marcado por processos de inovação travados e grande dificuldade em promover mudanças. No grupo das vencedoras, esse índice cai para 36%. Já no estágio funcional – quando as equipes conseguem propor boas ideias, mas têm dificuldade em responder rapidamente às demandas – estão 40% das empresas classificadas e 27% das não classificadas. Mas o destaque fica para o estágio acelerado, em que a inovação acontece de forma consistente e ágil: 24% das vencedoras estão nesse patamar, contra apenas 7% das demais.

No total, 40 empresas atingiram esse nível: todas elas registraram crescimento médio de 25% no faturamento entre 2023 e 2024, quase o dobro dos 14% da média das 175 classificadas. “Companhias com alta capacidade de inovar testam mais, criam mais e acabam oferecendo antes do mercado produtos e serviços para suprir ou gerar demandas”, afirma Daniela Diniz, diretora de comunicação e relações institucionais do Great Place to Work. “Quanto mais autorizações ou aprovações você tiver para que uma sugestão, ideia, plano ou projeto avance, mais longo será esse processo e maiores as chances de não vingar.”

Alcançar o estágio acelerado de inovação exige das lideranças um papel ativo e disposição para enfrentar barreiras nem sempre visíveis. Diniz ressalta que as organizações com IVR elevado contam com líderes que aceitam erros não intencionais e entendem que eles fazem parte do processo de inovação. Portanto, não pensam em punir alguém que falha ao tentar inovar. Ao contrário: estimulam a busca constante pelo novo. “Aqueles que criam uma cultura do medo, em que o erro não é bem aceito, abafam o poder de inovação da empresa”, afirma.

Aqueles que criam uma cultura do medo abafam o poder de inovação”

— Daniela Diniz

Mais de 5 mil companhias se inscreveram para participar da 29ª edição do GPTW Brasil. Destas, 3 mil foram consideradas elegíveis e disputaram um lugar entre as 175 vencedoras do ranking. São Paulo é o Estado com o maior número de representantes, com 85 classificadas, seguido pelo Rio de Janeiro, com 14, e Paraná e Santa Catarina, com 13 cada. O estudo vem mostrando ao longo do tempo que as organizações que proporcionam um bom ambiente de trabalho aos funcionários têm vantagens competitivas importantes em relação às demais. As equipes são mais comprometidas, contribuem de forma efetiva para que os objetivos estratégicos sejam alcançados e participam ativamente dos processos de inovação. Consequentemente, há um impacto direto no resultado financeiro. As organizações da lista do GPTW apresentaram em 2024 um crescimento médio em seu faturamento de 14% em relação a 2023, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro aumentou apenas 3,4% nesse mesmo período.

A pesquisa do GPTW identificou alguns desafios que precisam ser superados pelas empresas que buscam ser mais inovadoras: as questões relacionadas à saúde mental dos funcionários, que minam a criatividade; a dificuldade de muitos colaboradores, especialmente na base operacional, em perceber o vínculo de propósito entre seu trabalho e a estratégia da empresa; o fato de muitos empregados trabalharem no limite extremo, sem recursos adequados, reconhecimento justo ou remuneração compatível; e o distanciamento da alta gestão, que contagia negativamente as equipes. Outra dificuldade encontrada em algumas companhias é a gestão engessada e presa ao passado, em que burocracia, falta de clareza e valorização apenas de ideias externas sufocam a participação dos funcionários.

Assim como em anos anteriores, promover a diversidade ainda é algo complexo para muitas empresas, mesmo entre aquelas que contam com programas e campanhas para essa finalidade. Das mais de 780 mil pessoas empregadas pelas 175 companhias classificadas, apenas 5% têm 55 anos ou mais – o mesmo percentual de 2023 -, o que revela a dificuldade de incluir profissionais mais experientes em seus quadros. As mulheres são minoria em todos os níveis: representam 43% do total de funcionários, 32% dos cargos de liderança e 10% das posições de CEO.

Faturamento das listadas cresceu em média 14% no ano passado, o quádruplo do PIB do país

Apenas 10% dos profissionais que participaram do levantamento se identificaram como LGBT+, proporção igual à registrada no ano anterior. Embora reduzido, o índice supera a média nacional: segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), só 1,8% da população brasileira se autodeclara parte dessa comunidade.

No recorte étnico, a distância é ainda maior. Negros e pardos representam 38% dos colaboradores, percentual bem abaixo dos 56% observados na população do país, conforme o Censo Demográfico de 2022.

Neste ano, pela primeira vez, as categorias Médias Nacionais e Médias Multinacionais foram unificadas em uma só, reunindo companhias que têm entre 100 e 999 colaboradores, independentemente da origem. A mudança atende à necessidade de padronização da pesquisa conduzida pelo GPTW em todos os países onde atua. Já as categorias Gigantes (com mais de 10 mil funcionários) e Grandes (entre 1.000 e 9.999) permanecem inalteradas.

[Fonte Original]

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