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sábado, outubro 18, 2025

CNI mantém projeção de alta do PIB, mas reduz novamente previsão de crescimento industrial em 2025

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manteve em 2,3% a projeção de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do país para este ano. Essa previsão reflete as expectativas de alta de 8,3% da agropecuária e de 2% dos serviços em 2025. Por outro lado, a estimativa para o desempenho industrial foi reduzida pela segunda vez seguida, agora para 1,6%, de acordo com o Informe Conjuntural do 3º trimestre, divulgado nesta sexta-feira (17).

Segundo nota da CNI, o desempenho do setor industrial deve sofrer pela drástica redução do desempenho da indústria de transformação, cuja projeção de alta despencou de 1,9%, no início do ano, para 0,7%. No ano passado, a indústria de transformação teve expansão de 3,8%.

A projeção de crescimento para a indústria da construção também foi revista para baixo, de 2,2% para 1,9%.

A queda geral da indústria, no entanto, foi contida pela indústria extrativa, cuja expectativa de crescimento saltou de 2% para 6,2%, influenciada pelo elevar patamar da produção do petróleo.

Além da Selic, considerada o principal entrave, três fatores contribuem para a forte desaceleração da indústria de transformação, justificou o diretor de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles.

“A demanda por bens industriais na economia brasileira vem diminuindo; tivemos aumento expressivo das importações; e o fator mais recente são as tarifas adicionais dos Estados Unidos, principal parceiro comercial da indústria de transformação”, citou.

A CNI aumentou de 7,9% para 8,3% a projeção de alta da agropecuária este ano, em razão dos resultados surpreendentes da produção agrícola. O setor de serviços, por outro lado, teve o crescimento revisto de 1,8% para 2%, consequência do mercado de trabalho aquecido e do aumento das despesas primárias do governo federal no 2º semestre.

Uma combinação de preços mais baixos lá fora e maior demanda brasileira por importados deve fazer com que o valor das importações bata recorde em 2025. Segundo a CNI, o Brasil deve comprar US$ 287,1 bilhões de outros países, alta de 4,8% em relação ao ano passado.

Já as exportações brasileiras devem crescer 2,3% em relação a 2024, totalizando US$ 347,5 bilhões. Com isso, a balança comercial deve registrar superavit de US$ 60,5 bilhões, 8,2% inferior ao observado em 2024.

A CNI acredita que a inflação vai continuar perdendo força. Atualmente em 5,2% no acumulado de 12 meses até setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2025 em 4,8%, mesma variação observada no fim de 2024, e acima do teto da meta da inflação de 4,5% em 12 meses.

Apesar disso, a CNI acredita que a taxa básica de juros (Selic) fechará o ano inalterada em 15%.

Com juros elevados, vai diminuir o apetite de empresas e consumidores por crédito. Por isso, as concessões totais de crédito devem ter crescimento real de 5,5%, quase metade dos 10,7% do ano passado. Os juros altos, a perda de ritmo da indústria e o cenário externo turbulento vão impactar os investimentos, que devem registrar alta de 3%, ante os 7,3% de 2024.

O ritmo aquecido do mercado de trabalho até agosto deve diminuir no 2º semestre, projeta a CNI. A expectativa é que a criação de empregos se estabilize nos últimos meses do ano. Ainda assim, espera-se que a massa de rendimento real do trabalho suba 5,4%, um considerável estímulo ao consumo das famílias, cuja estimativa é de alta de 2,3%.

A CNI acredita que as despesas do governo vão acelerar no 2º semestre frente ao 1º semestre, estimulando a atividade econômica no final do ano. Isso se deve, sobretudo, ao pagamento de precatórios realizado em julho e à intensificação das despesas discricionárias, que não são obrigatórias por lei e cujo governo tem liberdade para executar. Ainda assim, os gastos federais devem ter crescimento real de 3,5%, contra alta de 3,7% em 2024.

— Foto: José Paulo Lacerda/CNI

[Fonte Original]

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