O déficit orçamentário dos Estados Unidos encolheu US$ 41 bilhões, para US$ 1,775 trilhão, no ano fiscal de 2025 ― encerrado em 30 de setembro e que contempla quase nove meses do segundo mandato de Trump. No ano fiscal de 2024, o déficit orçamentário chegou a US$ 1,817 trilhão. A informação foi divulgada pelo Departamento do Tesouro nesta quinta-feira (16).
Esta foi a primeira vez que o déficit orçamentário anual caiu desde 2022, quando o fim dos programas de ajuda relacionados à covid-19 provocou uma redução nos gastos do governo.
A queda de 2%, em 2025, foi influenciada pelo aumento de US$ 118 bilhões na arrecadação, reflexo de uma receita líquida recorde de US$ 195 bilhões em tarifas alfandegárias.
A arrecadação total no ano fiscal de 2025 também foi recorde, atingindo US$ 5,235 trilhões ― alta de US$ 317 bilhões (ou 6%) em relação aos US$ 4,918 trilhões de 2024.
As despesas no ano fiscal de 2025 igualmente atingiram um recorde, totalizando US$ 7,01 trilhões ― um aumento de US$ 275 bilhões (ou 4%) em relação aos 6,735 trilhões do ano anterior.
Um funcionário do Tesouro estimou que o déficit deve atingir 5,9% do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano fiscal de 2025. No ano anterior, o indicador ficou em 6,3% do PIB.
Em setembro, último mês do ano fiscal de 2025, o Tesouro registrou um superávit recorde de US$ 198 bilhões, alta de 147% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Os EUA normalmente registram superávits em setembro, por causa do fim dos prazos trimestres de declaração de impostos para empresas e pessoas físicas.
As receitas subiram US$ 17 bilhões no mês passado, para US$ 544 bilhões, enquanto as despesas caíram em US$ 101 bilhões, para US$ 346 bilhões.
O superávit mensal foi impulsionado por um corte de US$ 131 bilhões no orçamento do Departamento de Educação, previsto na lei de gastos e redução de impostos aprovada pelo Congresso, controlado pelos republicanos, em julho.
No acumulado do ano fiscal de 2025, o Departamento de Educação sofreu o maior corte de despesas — queda de US$ 233 bilhões, ou 87%, em relação ao ano anterior, para apenas US$ 35 bilhões.
Esse corte e o aumento da arrecadação alfandegária mascararam aumentos contínuos nas despesas com o programa de aposentadoria da Previdência Social, os programas de saúde Medicare e Medicaid e os juros da dívida federal dos EUA.
As despesas com juros atingiram um recorde de US$ 1,216 trilhão no ano fiscal completo, alta de US$ 83 bilhões (7%), em relação a 2024, tornando-se o segundo maior item de gasto depois da Previdência Social, cujas despesas chegaram a US$ 1,647 trilhão, aumento de US$ 127 bilhões (8%), em relação ao ano fiscal anterior.