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quarta-feira, outubro 8, 2025

Economia global se mostra mais forte que o esperado, mas riscos permanecem, diz FMI

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A economia mundial tem se mostrado mais resiliente do que o esperado, apesar das fortes pressões de múltiplos choques, afirmou, nesta quarta-feira (8), a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, que prevê apenas uma leve desaceleração do crescimento global neste ano e em 2026.

Georgieva disse que a economia dos Estados Unidos evitou a recessão temida por muitos especialistas há apenas seis meses. Segundo ela, a economia americana e várias outras resistiram bem graças a melhores políticas, um setor privado mais adaptável, tarifas de importação menos severas do que o esperado, ao menos por enquanto, e condições financeiras favoráveis.

“Vemos o crescimento global desacelerando apenas levemente neste ano e no próximo. Todos os sinais apontam para uma economia mundial que, em geral, suportou fortes tensões provenientes de múltiplos choques”, afirmou Georgieva.

Em julho, o FMI elevou sua projeção de crescimento global em 0,2 ponto percentual, para 3,0% em 2025, e em 0,1 ponto percentual, para 3,1% em 2026. O novo relatório será divulgado na próxima terça-feira (14), durante as reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial, em Washington.

O encontro ocorre em um momento em que o presidente dos EUA, Donald Trump, tem alterado o comércio global com tarifas elevadas e restrições à imigração, enquanto a inteligência artificial transforma rapidamente a tecnologia e o mercado de trabalho.

A economia mundial está “melhor do que temido, mas pior do que o necessário”, disse Georgieva, observando que o FMI prevê crescimento global em torno de 3% no médio prazo — bem abaixo dos 3,7% previstos antes da pandemia de Covid-19.

Incerteza em níveis excepcionalmente altos

Ela menciona correntes profundas de marginalização, descontentamento e dificuldades ao redor do mundo, alertando que a economia global enfrenta uma série de riscos. A incerteza está em níveis excepcionalmente altos e continua crescendo, enquanto a demanda por ouro — tradicional ativo de refúgio para investidores — está disparando. As reservas de ouro monetário agora superam 20% das reservas oficiais globais, afirmou.

O choque tarifário dos EUA tem sido menos severo do que o inicialmente anunciado em abril, com a tarifa média ponderada pelo comércio agora em cerca de 17,5%, abaixo dos 23% de abril, e com poucos países aplicando tarifas retaliatórias.

Mas as tarifas americanas continuam mudando, e a inflação dos EUA pode subir se as empresas começarem a repassar mais custos das tarifas aos consumidores ou se um fluxo de produtos anteriormente destinados aos EUA provocar uma nova rodada de aumentos tarifários em outros países.

“A incerteza é o novo normal”

As avaliações dos mercados financeiros também estão se aproximando dos níveis observados durante o otimismo relacionado à internet há 25 anos. Uma mudança abrupta no sentimento — como ocorreu no colapso das dot.com em março de 2000 — poderia prejudicar o crescimento global, tornando a situação especialmente difícil para os países em desenvolvimento.

“Preparem-se”, disse Georgieva, acrescentando: “A incerteza é o novo normal — e veio para ficar.”

[Fonte Original]

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