Haddad não quis antecipar o que está em discussão, recomendou cuidado com o que chamou de “especulações” e falou que o governo tem tempo para discutir, já que o impacto majoritário da MP era para fechar as contas de 2026, quando o governo buscará um superávit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).
Para 2025, Haddad disse que a equipe econômica tem conforto principalmente devido à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que validou o decreto que elevou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Questionado sobre se a reunião com Lula será na próxima semana, Haddad disse que está à disposição para conversar ainda hoje.
Haddad disse que “movimentação de forças políticas no país em torno da proteção de privilégios, sobretudo lá do pessoal da Faria Lima” foi um dos motivos da rejeição, pelo Congresso Nacional, da MP, que elevava impostos em 2026, fundamental para o atingimento da meta de superávit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano eleitoral.
“As mesmas forças que abriram os cofres em 2022 pra tentar garantir a reeleição do Bolsonaro são as mesmas que estão desorganizando o orçamento em 2026 pra obter o resultado eleitoral”, criticou o ministro ao chegar ao Ministério da Fazenda.
“Aquele pessoal que não estava nem aí [para o gasto público] agora resolveu posar de paladino da defesa dos privilégios”, completou.
O ministro disse que, embora o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), tenha participado de articulação contra a MP, o governo federal continuará ajudando o Estado de São Paulo.
“A orientação do presidente Lula sempre foi, de jamais discriminar o governador pela sua maneira partidária. Então, mesmo com a notícia de que o governador do estado agiu, na minha opinião, em detrimento do desenvolvimento nacional, pra proteger a Faria Lima, nós não vamos prejudicar o Estado de São Paulo”, afirmou aos jornalistas.