18.5 C
Brasília
sexta-feira, outubro 10, 2025

EUA se recusam a assinar declaração do Banco Mundial sobre agenda climática

- Advertisement -spot_imgspot_img
- Advertisement -spot_imgspot_img

Dezenove dos 25 diretores executivos do Banco Mundial emitiram uma declaração conjunta declarando apoio ao trabalho da instituição em relação às mudanças climáticas.

Os diretores executivos dos Estados Unidos, maior acionista do Banco Mundial, bem como da Rússia, Kuwait e Arábia Saudita se recusaram a assinar o documento. Já o Japão e a Índia, ambos negociando acordos comerciais com os EUA, se abstiveram, de acordo com uma fonte ouvida pela Reuters.

Os diretores, que representam 120 países, emitiram a declaração após uma reunião do conselho com a administração do Banco Mundial, ressaltando sua expectativa de que o banco cumpra as metas do seu plano de ação para as mudanças climáticas, incluindo o compromisso de destinar 45% de seu financiamento anual a projetos relacionados ao clima.

O documento, cuja cópia foi vista pela Reuters, reflete a profunda divisão que separa a maioria dos outros países dos EUA e de alguns aliados em relação às mudanças climáticas. A declaração foi divulgada dias antes do início das reuniões anuais em Washington do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os EUA são os maiores acionistas de ambas as instituições e desempenham um papel fundamental na definição de seus trabalhos e agendas.

A Reuters noticiou esta semana que a União Europeia (UE) redobrará seu apoio à reforma dos bancos globais de desenvolvimento para que se empenhem mais no combate às mudanças climáticas. Em abril, nas últimas reuniões do FMI e do Banco Mundial, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, pediu que ambas as instituições se concentrassem em seus mandatos principais e afirmou que estavam dedicando tempo e recursos demais a tópicos como as mudanças climáticas.

Os líderes de ambas as instituições têm se mantido em silêncio sobre as mudanças climáticas desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, assumiu o cargo, e a questão não é destaque na agenda da próxima semana. No mês passado, Trump classificou as mudanças climáticas como uma “trapaça”.

A declaração conjunta também pediu o alinhamento do trabalho do banco com o Acordo Climático de Paris, do qual o presidente dos EUA, Donald Trump, se retirou logo após assumir o cargo em janeiro. Também pediu a continuidade da inclusão das mudanças climáticas em seu trabalho principal de diagnóstico.

“Reafirmamos nosso apoio ao papel de liderança do Grupo Banco Mundial em todas as (instituições financeiras internacionais) em ações climáticas e ambientais, defendendo e apoiando a demanda dos países por caminhos de baixo carbono, resilientes ao clima e favoráveis ​​à natureza”, afirma o comunicado.

Os diretores também pediram mais trabalho em algumas áreas do atual Plano de Ação para Mudanças Climáticas do banco, apoiando os trabalhadores na transição de seus países para longe do carvão, uma mudança descrita como “complexa, mas essencial para a transição energética”. Mais trabalho também era necessário para ajudar os países a elaborar e implementar planos nacionais de longo prazo para o clima e o desenvolvimento, e desenvolver mercados de carbono eficazes, afirma a carta.

O comunicado listou diversas áreas que estavam sendo demandadas pelos países clientes, mas não estão contempladas no atual plano de mudanças climáticas do banco, incluindo o combate à poluição, a integração da natureza e a ampliação dos esforços de adaptação e resiliência.

Sede do Banco Mundial em Washington, EUA — Foto: Divulgação/Banco Mundial

[Fonte Original]

- Advertisement -spot_imgspot_img

Destaques

- Advertisement -spot_img

Últimas Notícias

- Advertisement -spot_img