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terça-feira, outubro 21, 2025

Faturamento do setor mineral sobe 34% no 3º trimestre, aponta Ibram

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O setor mineral encerrou o terceiro trimestre com faturamento de R$ 76,2 bilhões, o que representou um aumento de 34% em relação ao mesmo intervalo de 2024. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

A maior fonte de faturamento foi o minério de ferro, que movimentou R$ 39,8 bilhões, alta de 27% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. O faturamento com ouro, por sua vez, cresceu 58%, para R$ 9,6 bilhões. E a receita com cobre avançou 85% no período, para R$ 7,3 bilhões.

Em relação aos Estados, Minas Gerais liderou em faturamento, com R$ 30 bilhões registrados, seguido pelo Pará (R$ 26,5 bilhões) e Goiás (R$ 3,4 bilhões).

A arrecadação total de impostos e tributos aumentou 34,4%, para R$ 26,3 bilhões. A arrecadação de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) ficou estável em R$ 2 bilhões.

Julio Nery, diretor de assuntos minerários do Ibram, disse que o período seco favoreceu o aumento da produção, especialmente das minas de ferro a céu aberto. “O preço do ouro também influenciou bastante no aumento do faturamento”, afirmou Nery.

Questionado sobre o início da exportação de minério de ferro do projeto Simandou, na Guiné, pela Rio Tinto, Nery disse que a operação terá impacto pequeno na mineração brasileira neste ano, devendo ter uma influência mais forte no fim de 2026 ou começo de 2027, quando o projeto chegar à capacidade operacional plena.

“Hoje, o porto na Guiné não está concluído e a carga de minério precisa viajar em navios menores, perdendo eficiência”, observou Nery.

Simandou tem reservas estimadas em cerca de 4 bilhões de toneladas de minério com teor médio de 65% de ferro. O primeiro embarque está previso para novembro, com destino à China. A Rio Tinto informou recentemente que já estocou 2 milhões de toneladas de ferro para embarques.

Simandou é dividido em dois grupos. De um lado, operam a Rio Tinto e a estatal chinesa Chalco. Do outro lado, o consórcio Winning Consortium Simandou (WCS), formado por investidores da China e de Cingapura.

A expectativa é que o projeto atinja produção anual de 120 milhões de toneladas até 2028.

As exportações brasileiras de minerais somaram 121 milhões de toneladas de produtos no terceiro trimestre, aumento de 6,2% na comparação com o terceiro trimestre de 2024. Em valor, houve aumento de 9%, para US$ 12,2 bilhões.

As exportações de minério de ferro aumentaram 6,5% no período, para 117,5 milhões de toneladas. Em valor, houve retração de 0,8%, para US$ 7,7 bilhões.

As importações minerais, por sua vez, aumentaram 3,3%, para US$ 2,5 bilhões. Em volume, houve queda de 4,2%, para 11 milhões de toneladas.

Com isso, o saldo da balança comercial mineral somou US$ 9,64 bilhões, 10,5% acima do valor registrado no terceiro trimestre de 2024.

Segundo o Ibram, a China foi o principal destino das exportações minerais brasileiras, recebendo 69,3% do volume embarcado pelo Brasil.

Já as importações minerais foram provenientes principalmente dos Estados Unidos (20,8%), Rússia (19,3%), Canadá (14,3%) e Austrália (11,4%).

Nery disse que o resultado do setor foi favorecido por um aumento na produção estimulado pela melhora nos preços de algumas commodities, principalmente do ouro, que valorizou 39,5% no terceiro trimestre, comparado com o mesmo período de 2024. O preço médio do minério de ferro teve incremento de 1,2% no mesmo intervalo. O cobre, teve avanço de 6,4% e o alumínio, de 9,8%.

A estimativa de investimentos para o setor é de US$ 68,4 bilhões de 2025 a 2029, ante US$ 64,5 bilhões no período de 2024 a 2028, aumento de 6,6%.

Projetos de extração de ouro têm aumento de 39,3%, para US$ 2,1 bilhões. Projetos de terras raras somam US$ 2,2 bilhões, com crescimento de 49%. Os projetos na área de extração de minério de ferro somam US$ 19,6 bilhões, com avanço de 13,4%.

O Ibram destacou os investimentos voltados para projetos de minerais críticos, que somam US$ 18,45 bilhões até 2029.

Fernando Azevedo, vice-presidente do Ibram, disse que as terras raras constituem um ativo geopolítico que o Brasil possui. E que a expectativa de aumento da demanda por essas commodities para projetos de transição energética, tecnologia e defesa, tornam os investimentos na área mais atrativos.

De acordo com dados da Agência Internacional de Energia (IEA), até 2040, a demanda por cobre, lítio, níquel, cobalto, grafita e terras raras deve aumentar mais de 80%.

“Minerais críticos são estratégicos para segurança alimentar, produção de semicondutores e chips, são fundamentais para a defesa e a soberania. Estamos falando de radares, aviões, uma multiplicidade de usos. A demanda, em alguns casos, chegará a crescer até seis vezes nas próximas décadas”, observou Raul Jungmann, diretor-presidente do Ibram.

O faturamento com ouro cresceu 58%, para R$ 9,6 bilhões, no terceiro trimestre — Foto: Pixabay

[Fonte Original]

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