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quarta-feira, outubro 15, 2025

Ibovespa encerra estável com movimento misto de blue chips em dia de maior aversão global a risco

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O Ibovespa oscilou entre perdas e ganhos nesta terça-feira até encerrar praticamente estável, com queda de 0,07%, aos 141.683 pontos. Durante parte do dia, a alta de bancos e de ações ligadas a commodities fez o índice remar na contramão da maior aversão a risco global, causada pelo aumento das preocupações em torno de uma nova escalada das tensões entre Estados Unidos e China.

Durante a tarde, porém, a virada negativa das ações da Petrobras e de alguns bancos pesou e o Ibovespa não foi capaz de se manter no campo positivo. Na mínima intradiária, o índice tocou os 141.334 pontos, distante da máxima de 142.589 pontos.

Entre as blue chips de commodities, o desempenho foi misto: as PN da Petrobras encerraram em queda de 0,69%, enquanto as ON da Vale fecharam no zero a zero. Papéis de bancos também terminaram em direções opostas: as units do BTG Pactual lideraram as perdas, no valor de 1,92%, ao passo que as PN do Bradesco avançaram 1,42%, após analistas do Goldman Sachs elevarem as ações preferenciais do banco de venda para neutra, aumentando o preço-alvo de R$ 15 para R$ 17.

Segundo operadores, um dos fatores que podem ter ajudado a ampliar as perdas do Ibovespa foi a apuração do jornal Folha de S.Paulo de que o governo articula com Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e bancos privados a concessão de empréstimo para socorrer os Correios. No fim do dia, as ações do BB fecharam com queda de 0,86%, ampliando as perdas após a divulgação da notícia.

Já no cenário externo, novas declarações do secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, reacenderam as preocupações sobre a relação entre Estados Unidos e China. Em entrevista ao Financial Times, Bessent afirmou que Pequim busca enfraquecer a economia global ao restringir a exportação de minerais críticos e impor sanções a empresas americanas. Como resposta, o governo chinês impôs sanções a uma construtora naval sul-coreana acusada de ajudar os EUA.

Horas depois, o presidente americano, Donald Trump, voltou a criticar o gigante asiático, ao dizer que a decisão da China de não comprar soja dos EUA é um “ato economicamente hostil”.

Os movimentos recentes de Trump e de sua equipe indicam mais uma postura estratégica de negociação por parte do governo dos EUA, em busca de um acordo favorável ao país, do que uma real intenção de cumprir as ameaças, avalia Rodrigo Santoro, superintendente de renda variável da Bradesco Asset Management.

A consequência de médio prazo é o enfraquecimento do dólar, aponta o executivo. “Há uma preocupação com questões geopolíticas, e os bancos centrais em geral estão diversificando suas reservas, aumentando os aportes em ouro. O mesmo acontece com outras commodities no mercado chinês”, diz. “Há também uma grande incerteza institucional em relação ao próprio Fed [Federal Reserve], se haverá uma intervenção mais política dentro da autoridade monetária dos EUA.”

Apesar dos riscos no cenário internacional, Santoro avalia que a bolsa brasileira tende a se beneficiar da rotação global de ativos, com a saída de capitais dos Estados Unidos em direção a mercados emergentes, da queda dos juros americanos e da desvalorização do dólar.

Nesse contexto, o executivo segue otimista com o mercado acionário local, especialmente com a aproximação do ciclo de cortes na taxa Selic. A projeção da gestora é que o Banco Central comece a flexibilização monetária em março de 2026.

“O valuation continua atrativo em diversos setores e empresas, e o posicionamento dos investidores ainda é muito leve. É como uma mola comprimida: quando os cortes de juros começarem, os ativos podem ter uma performance mais forte”, avalia. “Já notamos uma desaceleração da atividade na margem, indicando que a política monetária começa a surtir efeito, impulsionada também pela queda nas projeções de inflação, muito em função do câmbio”, completa Santoro.

As maiores quedas na sessão ficaram para os papéis da Cogna, que cederam 3,97%. Já na ponta contrária, as ações da Embraer avançaram 4,89%. A companhia anunciou que recebeu um pedido de 20 aeronaves E195-E2 da empresa holandesa de leasing TrueNoord, avaliado em US$ 1,8 bilhão, segundo valores de tabela.

[Fonte Original]

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