Uma juíza federal dos Estados Unidos estendeu nesta terça-feira (28) uma determinação que impede o governo Trump de demitir milhares de funcionários federais durante a paralisação (‘shutdown’) da máquina pública americana.
Durante uma audiência em São Francisco, a juíza distrital Susan Illston prorrogou uma decisão temporária anterior que proibia cerca de 40 agências federais de implementar demissões enquanto se aguarda o resultado de uma ação judicial movida por sindicatos que representam os servidores federais.
De acordo com documentos apresentados ao tribunal, cerca de 4,1 mil funcionários de oito agências haviam sido notificados de que seriam demitidos antes da decisão de Illston em 16 de outubro. O diretor do Escritório de Orçamento da Casa Branca (OMB, na sigla em inglês), Russell Vought, afirmou que mais de 10 mil funcionários públicos poderiam perder seus empregos devido ao shutdown.
A paralisação, que chegou ao seu 28º dia hoje, é a segunda mais longa da história dos Estados Unidos, atrás apenas do shutdown que durou 35 dias no final de 2018, durante o primeiro mandato do presidente americano, Donald Trump.
Trump tem culpado os democratas pela paralisação e pelas demissões planejadas, embora nenhum outro governo tenha realizado demissões em massa durante períodos de falta de financiamento.
Os sindicatos que moveram a ação afirmam que implementar demissões não é um serviço essencial que possa ser executado durante uma paralisação, e que a atual falta de financiamento não justifica cortes em massa, já que muitos funcionários públicos estão afastados sem receber salário.
Os republicanos de Trump detêm maioria em ambas as câmaras do Congresso, mas precisam de pelo menos sete votos democratas para aprovar um projeto de financiamento no Senado, onde os democratas exigem a extensão dos subsídios para a Lei de Cuidados Acessíveis (ACA), o que a ala republicana rejeita, ao afirmar que os democratas querem que o governo subsidie assistência médica para imigrantes ilegais.