Os Estados Unidos poderão sofrer uma perda de até 2% no Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre caso a situação de paralisação (‘shutdown’) da máquina pública americana se prolongue, aponta uma carta divulgada nesta quarta-feira (29) pelo Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês).
Segundo a carta, assinada por Phillip L. Swagel, diretor do CBO, o ‘shutdown’ do governo americano já custou US$ 18 bilhões à economia americana neste trimestre, e esse montante deverá aumentar à medida que a paralisação prossegue.
Essa perda diz respeito a um cenário de quatro semanas de paralisação, que já se completou nesta quarta-feira. Em termos nominais, isso seria o equivalente a uma queda de 1% no PIB anualizado dos EUA no quarto trimestre deste ano.
O CBO também faz estimativas para o caso de um prolongamento do ‘shutdown’: em seis semanas de paralisação, a perda do PIB no quatro trimestre poderá chegar a 1,5%, e, em oito semanas, em até 2%.
Após um eventual fim da paralisação, a economia americana deverá se regenerar das perdas decorrentes desse período, segundo o CBO, que ressalta, porém, que uma quantia entre US$ 7 bilhões e US$ 14 bilhões não deverá ser recuperada mesmo após o fim do ‘shutdown’.
Segundo a ata, a queda iminente da atividade econômica dos EUA neste trimestre é resultante de três fatores: redução de serviços prestados por funcionários federais, redução de gastos com bens, incluindo aqueles relacionados ao Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP, na sigla em inglês), e redução temporária na demanda agregada, o que deverá afetar a produtividade do setor privado.
O CBO destaca que os efeitos precisos do ‘shutdown’ são incertos de estimar e dependem principalmente das decisões a serem tomadas pelo governo Trump, o que inclui questões como quais programas continuarão em vigência e quais serão suspensos.
“Se as agências alterarem seus planos sobre o número de funcionários a serem colocados em licença não remunerada, as estimativas do CBO sobre os efeitos da paralisação também mudariam.”