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quarta-feira, outubro 8, 2025

Tesouro argentino queima dólares e restariam apenas US$ 700 milhões em seus cofres, dizem operadores

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O Tesouro da Argentina está queimando seus depósitos em dólares para sustentar o peso, com operadores estimando que restam apenas US$ 700 milhões em seus cofres.

Nesta terça-feira, o governo do presidente Javier Milei vendeu dólares pela sexta sessão consecutiva. Estima-se que tenha gasto entre US$ 250 milhões e US$ 330 milhões para manter o peso praticamente inalterado no dia. Isso eleva o valor total vendido nas últimas seis sessões para pelo menos US$ 1,5 bilhão.

O banco central também tem dólares que pode usar — ​​cerca de US$ 10 bilhões, segundo estimativas privadas —, mas enfrenta mais restrições para fazê-lo. Pelo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a autoridade monetária não pode recorrer às suas próprias reservas, a menos que o peso ultrapasse a faixa flutuante que, na terça-feira, variou de 943 a 1.484 por dólar. O banco interveio três vezes no mês passado, vendendo US$ 1,1 bilhão, mas as autoridades têm contado com o dinheiro do Tesouro para manter o peso estável ultimamente.

O Tesouro argentino não divulga oficialmente suas vendas em dólares.

As autoridades do país, propenso a crises, agora correm contra o relógio para obter ajuda de Washington. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, prometeu uma tábua de salvação financeira e disse que manterá conversas com o ministro da Economia, Luis Caputo, que viajou a Washington com o presidente do banco central, Santiago Bausili. O momento e o tamanho de qualquer pacote de ajuda permanecem incertos.

Enquanto isso, o aperto da política monetária e os novos controles de capital não conseguiram esfriar a demanda por dólares. Mesmo após o governo restabelecer algumas restrições — incluindo uma proibição de 90 dias à revenda de dólares — e aumentar as vendas de futuros de câmbio, a diferença entre as taxas de câmbio paralela e oficial aumentou. A taxa de câmbio de rua agora ultrapassa 1.500 pesos por dólar, em comparação com 1.429,5 pesos no mercado oficial.

A precificação de futuros implica uma desvalorização anual de até 60% nos próximos 12 meses, muito acima das expectativas de inflação.

A crise cambial ocorre enquanto as autoridades argentinas se preparam para pagar US$ 500 milhões em dívidas com vencimento em novembro. Os títulos estão sob pressão enquanto o governo de Milei se encaminha para as cruciais eleições nacionais de meio de mandato em 26 de outubro, após sofrer uma derrota esmagadora em uma votação provincial no mês passado.

Os títulos em dólar caíram ao longo da curva na terça-feira, com as notas com vencimento em 2035 caindo quase um centavo, sendo negociadas a cerca de 56 centavos por dólar, de acordo com dados indicativos de preços compilados pela Bloomberg.

[Fonte Original]

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