Getty Images
Acessibilidade
O mercado de inteligência artificial viveu, nos últimos dez dias, um dos períodos mais intensos desde o lançamento do ChatGPT. A Nvidia anunciou um investimento de US$ 100 bilhões na OpenAI, enquanto rivais como Google, Anthropic, Meta e Baidu correram para apresentar novos produtos e estratégias. O resultado é uma disputa aberta que envolve não apenas tecnologia, mas também capital, política e geopolítica.
Nvidia e OpenAI selam aliança histórica
A injeção de US$ 100 bilhões da Nvidia marca um novo patamar na corrida pela superinteligência. O acordo prevê 10 gigawatts em data centers equipados com GPUs, equivalentes ao consumo de milhões de lares. A parceria fortalece a OpenAI, que até então dependia quase exclusivamente da Microsoft, e inaugura uma nova etapa na “corrida armamentista” computacional.
OpenAI avança no produto
Além do capital, a empresa apresentou novidades. O ChatGPT Pulse transforma o chatbot em assistente proativo, que pesquisa de forma autônoma e entrega relatórios personalizados diariamente. A companhia também lançou o Sora 2, modelo de geração de áudio e vídeo voltado para entretenimento e economia criativa.
Rivais reagem
A Anthropic apresentou o Claude Sonnet 4.5, com capacidade de manter tarefas por até 30 horas. O Google DeepMind acelerou o desenvolvimento do Gemini, rival direto do GPT-5, integrado ao Chrome e a projetos de robótica. Cada player define seu território: OpenAI aposta no assistente pessoal, Google mira a multimodalidade e Anthropic busca autonomia plena.
Código aberto como estratégia
Meta e Mistral apostam em abertura. A primeira distribui o Llama de forma gratuita a parceiros ocidentais; a segunda, francesa, captou €1,7 bilhão e já é avaliada em €11,7 bilhões, defendendo soberania digital europeia.
A ofensiva chinesa
Na China, a Baidu lançou o ERNIE X1.1, que rivaliza com o GPT-5 em raciocínio e já tem versão de 21 bilhões de parâmetros. O movimento reforça a estratégia de Pequim de democratizar a IA internamente e exportar padrões abertos, reduzindo a vantagem dos concorrentes ocidentais.
Corrida sem linha de chegada
Em poucos dias, aportes inéditos e novos produtos mostraram a fragmentação das estratégias globais. Nvidia injeta bilhões na OpenAI; Google investe em integração total; Anthropic amplia autonomia; Meta e Mistral defendem abertura; e a China joga no volume. A única certeza é que a disputa pela liderança em inteligência artificial está apenas começando, e o ritmo, daqui em diante, será ainda mais acelerado.
Iona Szkurnik é fundadora e CEO da Education Journey, plataforma de educação corporativa que usa Inteligência Artificial para uma experiência de aprendizagem personalizada. Com mestrado em Educação e Tecnologia pela Universidade de Stanford, Iona integrou o time de criação da primeira plataforma de educação online da universidade. Como executiva, Iona atuou durante oito anos no mercado de SaaS de edtechs no Vale do Silício. Iona é também cofundadora da Brazil at Silicon Valley, fellow da Fundação Lemann, mentora de mulheres e investidora-anjo.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.