Crédito, Ronen Zvulun/Reuters
Khalil al-Hayya, importante figura do Hamas, afirmou nesta quinta-feira (9/10) ter recebido garantias dos Estados Unidos e de mediadores envolvidos nas negociações de paz com Israel de que “a guerra terminou completamente”.
Em sua declaração, Hayya disse que o acordo inclui um “cessar-fogo permanente”, a retirada das tropas israelenses, a entrada de ajuda humanitária e a reabertura da passagem de Rafah.
Hayya também falou sobre a “troca de prisioneiros” prevista no acordo, que, segundo ele, resultará na prisão perpétua de 250 pessoas e na libertação de 1.700 detidos de Gaza, presos após 7 de outubro, juntamente com todas as mulheres e crianças.
Ele acrescentou que o Hamas está concluindo as etapas restantes do acordo.
O governo israelense, no entanto, ainda não confirmou o acordo de cessar-fogo, e tanto Israel quanto os EUA ainda não comentaram a declaração do Hamas.
Enquanto isso, a Agência de Defesa Civil de Gaza, administrada pelo Hamas, afirmou estar trabalhando no local de um ataque a uma casa na cidade de Gaza.
A organização afirma que mais de 40 pessoas estão presas sob os escombros e que duas mulheres foram resgatadas até o momento.
A emissora pública israelense Kann citou uma fonte militar afirmando que um ataque a um prédio residencial em Gaza teve como alvo uma estrutura onde “atividade contra as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) foi detectada”.
Já o ministro da direita radical israelense, Itamar Ben-Gvir, afirmou que votará pela derrubada do governo se o Hamas não for “desmantelado”.
“Se o governo do Hamas não for desmantelado, ou se apenas nos disserem que está desmantelado, mas, na realidade, ele continuar existindo sob uma aparência diferente, o Otzma Yehudit [partido] desmantelará o governo”, disse ele em um comunicado, se referindo ao seu partido da direita radical, que está em coalizão com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Ben-Gvir também afirma que vai se opor a qualquer proposta de acordo de paz que resulte na libertação de prisioneiros que Israel acusa de assassinato.
“Eu e os ministros do Otzma Yehudit não poderemos levantar as mãos em favor de um acordo que liberte esses terroristas assassinos, e nos oporemos a isso no governo”, disse.

Crédito, Al-Qahera News/Reuters
Na quarta-feira (8/10), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a aprovação do “primeiro estágio de um acordo de paz entre Israel e o Hamas” para Gaza que poderia levar ao fim do conflito na região.
O anúncio ocorreu dois anos e dois dias após Israel lançar uma ofensiva militar na Faixa de Gaza em resposta ao ataque de 7 de outubro de 2023, quando homens armados liderados pelo Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram outras 251 reféns.
Desde então, mais de 67 mil pessoas foram mortas nas operações militares israelenses em Gaza, incluindo cerca de 20 mil crianças, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou o momento como “um grande dia para Israel” e disse que seu governo se reuniria nesta quinta para aprovar o acordo e “trazer todos os nossos queridos reféns de volta para casa”.
Ao confirmar o anúncio, o Hamas declarou que o pacto “encerra a guerra em Gaza, garante a retirada completa das forças de ocupação, permite a entrada de ajuda humanitária e estabelece uma troca de prisioneiros”.
Na Casa Branca, o repórter da BBC, Bernd Debusmann Jr, perguntou a opinião de Trump, que estava reunido com homólogo finlandês, Alexander Stubb, sobre a possibilidade de um Estado palestino no futuro.
“Vamos ver como tudo vai. Chegará um ponto em que poderemos fazer algo que seja um pouco diferente e talvez muito positivo para todos”, respondeu.
“Vamos analisar isso na ocasião”, acrescenta. “Acho que chegaremos lá.”
O plano de paz contendo 20 pontos, sugere que a criação de um Estado palestino poderia acontecer se as condições certas fossem atendidas.
Trump deve visitar Israel e o Egito no fim de semana, como parte de uma viagem ao Oriente Médio.
Fora do Oriente Médio, líderes europeus e árabes se reuniram m Paris, em encontro liderado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para discutir a próxima etapa do plano de paz proposto.
A reunião envolveu França, Alemanha, Reino Unido e a Espanha, além de representantes do Egito, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Jordânia.
A Secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Yvette Cooper, afirmou que não pode haver papel para o Hamas em Gaza.
**Com informações da BBC News