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O tênis brasileiro voltou a sorrir neste domingo. O jovem tenista carioca João Fonseca, de apenas 19 anos, conquistou o ATP 500 na Basileia, na Suíça, o maior título de sua curta, e já impressionante carreira, ao vencer o espanhol Alejandro Davidovich Fokina por 6-3, 6-4.
Este é o segundo troféu ATP do atleta neste ano. O primeiro que levantou foi o ATP 250, em Buenos Aires, em fevereiro. Fonseca foi o primeiro brasileiro a levantar um título de nível superior ao ATP 250 desde Gustavo Kuerten, em 2001. Naquele ano, Guga conquistou o Masters 1000, de Cincinnati.
Assim que venceu, Fonseca foi até onde estava a sua família e os abraçou. Ele agradeceu por seus familiares acreditarem nele, principalmente após ele escolher pelo tênis em detrimento da universidade, em especial a sua mãe. “[eles disseram] Não não importa o que você escolher, estaremos lá. Então, eu só quero agradecê-los. Desde que eu era pequeno, minha mãe viajava comigo. Eu era, desde que eu tinha, desde os 11 anos, eu só viajava com ela. Então, eu só quero, esse título é para ela”, disse.
Com o triunfo, o carioca não apenas confirmou seu status de fenômeno precoce, mas também recolocou o Brasil no circuito de elite do tênis mundial. Com a vitória na Suíça, ele saltou da 46ª posição no ranking da associação para a 28ª, entrando para o top 30 do tênis mundial.
Desde os dias de Guga, o país não via um jogador competir, e vencer, com tamanha consistência nos grandes palcos.
Começou em 145º
Não é nenhum exagero dizer que este ano é o mais espetacular da carreira do jovem atleta. Basta dizer que ele começou o ano de 2025 na 145ª posição, e será o 28º na atualização desta segunda-feira (27).
Essa ascensão meteórica começou já em janeiro, quando ele deu mostras de seu enorme talento ao derrotar o russo Andrey Rublev, então Top 10, no Aberto da Austrália. Em fevereiro, ergueu o troféu do ATP 250 de Buenos Aires, tornando-se o sul-americano mais jovem campeão de um torneio do circuito desde 1990.
Fez história
Na Basileia, demonstrou maturidade e frieza incomuns para um jogador de sua idade. Dominou o adversário do início ao fim, com 15 bolas vencedoras apenas no primeiro set e uma atuação de força e precisão que deixou o espanhol sem respostas, e também nervoso, já que Fokina chegou a jogar a raquete no chão, sendo devidamente vaiado pela plateia em seguida.
“É uma loucura. Ter minha família aqui e viver esse momento é algo que nunca vou esquecer”, disse o brasileiro, após o jogo.
Fonseca agora é o terceiro mais jovem da história a conquistar um torneio ATP 500, atrás apenas dos também fenômenos Jannik Sinner e Alexander Zverev, e o segundo campeão mais jovem em Basileia desde Jim Courier, em 1989, quando contava com 18 anos de idade.
Para o tênis brasileiro, a vitória de Fonseca representa mais que uma conquista: é a confirmação de um novo ciclo. Duas décadas após Guga, o país volta a ter um atleta competitivo, midiático e tecnicamente capaz de sonhar com títulos ainda maiores.
Em 2024 ele era apenas uma promessa, apesar de já chamar a atenção de muita gente que entende do riscado, inclusive arrancando elogios de Andre Agassi, Andy Roddick e Novak Djokovic. Agora, ele é uma afirmação.
Que seu sorriso largo, ousadia e técnica tragam muitas alegrias para o Brasil e confirmem o que já se sabe: o futuro do tenista de 19 anos já começou.