Desde que a nova Carteira de Identidade Nacional (CIN) começou a valer em todo o Brasil, muita gente já foi atrás da sua. O formato mais moderno, com visual renovado e uso do CPF como identificador único, promete facilitar a vida do cidadão. Mas nem todo mundo percebe um detalhe que pode virar dor de cabeça: o código MRZ. Ele aparece discretamente na parte inferior do documento e, se for riscado, apagado ou danificado de qualquer forma, a identidade deixa de valer.
Sim, um risco no lugar errado já basta para tornar o documento inválido. E isso pode dar problema sério em momentos que exigem comprovação de identidade e não faltam situações assim no dia a dia.
O que muda com a CIN
Antes, cada estado emitia seu próprio número de RG. Isso gerava confusão, duplicidade de cadastros e até brechas para fraudes. Com a CIN, o CPF passa a ser o único número de identificação civil. Isso ajuda não só a organizar os registros, como também evita que uma mesma pessoa tenha diferentes identidades nos bancos de dados oficiais.
O novo documento está disponível em dois formatos:
- Versão física, feita em papel especial ou em cartão de policarbonato;
- Versão digital, acessada diretamente pelo aplicativo Gov.br.
Afinal, o que é o tal do MRZ?
MRZ é a sigla para Machine Readable Zone — em português, Zona Legível por Máquina. É aquele trecho cheio de letras e números alinhados na parte de baixo do documento. Para muita gente, parece só um detalhe técnico, mas na prática, é ele que permite que sistemas eletrônicos leiam os dados da identidade em segundos, sem erros.
Funciona mais ou menos assim: um sistema com OCR (tecnologia de reconhecimento óptico de caracteres) capta o MRZ e interpreta os dados com precisão. É rápido, seguro e reduz a chance de falhas humanas.
Esse código é especialmente útil em contextos como:
- Embarques em aeroportos;
- Passagens por fronteiras;
- Check-in em hotéis;
- Abertura de contas em bancos;
- Atendimento em cartórios ou órgãos públicos.
A lógica é simples: quanto mais padronizado e automatizado, menos erro e mais agilidade.
O problema aparece quando o MRZ se danifica
Aqui está o ponto que passa despercebido por muita gente. Se o MRZ estiver riscado, desbotado, manchado ou com qualquer tipo de interferência visual, os sistemas não conseguem ler o código. Resultado: a CIN perde a validade.
Imagine estar com tudo pronto para uma viagem internacional e descobrir no guichê do aeroporto que sua identidade não pode ser usada. Ou precisar resolver algo urgente no banco e ter o atendimento negado porque o código não está legível. A depender do serviço, o documento pode ser recusado sem margem para discussão.
O que fazer se o código do CIN estiver comprometido
Não há como escapar: será preciso pedir a segunda via do documento. O processo pode variar de estado para estado, mas costuma seguir alguns passos:
- Solicitação online ou presencial, conforme o local;
- Agendamento (em São Paulo, por exemplo, pelo Poupatempo; na Bahia, pelo SAC Digital);
- Apresentação da CIN danificada e da certidão de nascimento ou casamento;
- Pagamento de taxa, já que a gratuidade vale apenas para a primeira emissão.
Vale lembrar que o custo pode variar bastante conforme a região. Por isso, é sempre bom consultar os canais oficiais antes de iniciar o processo.
Melhor não deixar para depois
Mesmo que o dano pareça pequeno, continuar usando a CIN nessa condição é um risco desnecessário. Pode ser que o problema apareça justamente na hora mais inoportuna e nesses casos, resolver rapidamente nem sempre é uma opção.
Assim que perceber algo errado com o código, vale providenciar a substituição. Evita estresse, correria e garante que você tenha em mãos um documento válido e confiável.
Importante: este conteúdo tem caráter apenas informativo. Para orientações detalhadas, procure sempre os órgãos responsáveis pela emissão da CIN no seu estado.