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Bom dia. Estamos na quarta-feira, 15 de outubro.
Cenários
O mercado abre o dia dividido entre o otimismo gerado pelos bons resultados dos grandes bancos dos Estados Unidos no terceiro trimestre de 2025 e a apreensão com as novas declarações protecionistas de Donald Trump. Esse contraste entre fundamentos corporativos sólidos e riscos políticos crescentes pode gerar fortes oscilações nos principais índices de Nova York ao longo do dia.
Na terça-feira (14), três dos maiores bancos americanos — JP Morgan Chase, Citigroup e Wells Fargo — divulgaram resultados acima do esperado. Os números reforçaram a percepção de que o setor financeiro entrou em uma nova fase de rentabilidade, sustentada pela combinação entre juros ainda elevados, maior demanda por crédito corporativo e a estabilização dos índices de inadimplência.
No JP Morgan Chase, o lucro líquido subiu 12 por cento na comparação anual, impulsionado pelo crescimento das receitas em investimentos e cartões de crédito. O Citigroup também superou as previsões e teve um lucro 15 por cento maior na comparação anual, beneficiado pela recuperação de receitas e uma redução nas provisões para perdas com empréstimos. Já o Wells Fargo reportou aumento de 9 por cento no lucro líquido, refletindo margens maiores no financiamento imobiliário e uma contenção de custos operacionais.
Esses resultados foram recebidos com entusiasmo pelos investidores, que veem no desempenho dos bancos um sinal de que a economia americana segue resiliente apesar da desaceleração do consumo e da redução do ritmo de contratações. Essa leitura sustentou a alta dos futuros do S&P 500 e do Dow Jones nas primeiras horas do pregão da terça-feira.
Entretanto, o sentimento positivo foi parcialmente neutralizado pelas declarações de Donald Trump no fim do dia. Ele afirmou que pode impor barreiras à importação de óleo de cozinha da China, sob o argumento de proteger os produtores americanos e garantir “autossuficiência alimentar”. A fala foi interpretada como um novo capítulo do discurso protecionista e provocou reação imediata no mercado de commodities.
Os contratos futuros de óleo de soja e outros óleos vegetais caíram, refletindo o temor de que uma eventual restrição comercial dos Estados Unidos possa gerar excesso de oferta doméstica e reduzir preços.
O impacto dessas declarações vai além do agronegócio. Investidores temem que o tom nacionalista de Trump reacenda as tensões comerciais entre Washington e Pequim, justamente em um momento em que a China dá sinais de estabilização econômica. Uma escalada protecionista poderia comprometer cadeias globais de suprimentos e afetar setores intensivos em exportação, como tecnologia, automóveis e equipamentos industriais.
Perspectivas
O dia começa com alta dos contratos futuros dos principais índices americanos no pré-mercado, ainda na expectativa de resultados sólidos das empresas referentes ao terceiro trimestre. No entanto, novas declarações protecionistas de Trump podem transformar esse movimento em uma sessão de volatilidade elevada.
Para os investidores brasileiros, a ausência de notícias internas aumenta a dependência do noticiário internacional. O comportamento da bolsa brasileira também dependerá do equilíbrio entre o otimismo com os resultados corporativos e o medo de um novo ciclo de tensões comerciais globais.
Indicadores
Pesquisa mensal do varejo IBGE (Ago)
Esperado: ND
Anterior: + 1,0%
Pesquisa mensal do varejo IBGE (12m)
Esperado: + 0,2%
Anterior: – 0,3%
Índice Industrial Empire State (Out)
Esperado: – 1,80
Anterior: – 8,70