Quem costuma comprar da China pela internet precisa ficar esperto. Um golpe recente tem enganado muita gente que espera aquela encomenda atrasada. E o pior: tudo parece verdadeiro demais.
Com o crescimento das compras em sites como Shein, AliExpress e Shopee, cresceu também a criatividade dos golpistas. Agora, eles miram quem está só aguardando o produto chegar, usando o nome dos Correios para dar credibilidade à fraude. E têm conseguido.
O golpe é certeiro
Funciona assim: a pessoa faz uma compra internacional e, depois de alguns dias, recebe uma mensagem dizendo que há uma taxa pendente para liberar o pedido. Até aí, nada parece estranho. Afinal, quem já comprou da China sabe que pode haver cobrança de despacho postal ou imposto.
O problema é que a cobrança vem por SMS, e-mail ou até pelo WhatsApp. O texto é bem escrito, contém o nome completo da pessoa, número de rastreio e ainda traz um link “oficial” para pagamento. Tudo muito convincente.
Só que a página é falsa. Mesmo assim, como o valor pedido costuma ser baixo — coisa de R$ 20 ou R$ 100 — muita gente paga sem pensar duas vezes. E é exatamente aí que o golpe acontece.
Além do dinheiro, os criminosos aproveitam para coletar dados pessoais. CPF, endereço, telefone. Com essas informações, outras fraudes podem vir depois.
Por que tanta gente cai?
Primeiro, porque a ansiedade fala alto. Quem está esperando uma entrega quer resolver logo qualquer pendência para receber o produto. Segundo, porque os golpistas têm acesso a dados reais. Eles usam informações públicas de rastreamento e simulam tudo com perfeição: o layout do site, o nome da encomenda, até o código de rastreio.
O consumidor, confiante, acaba clicando no link e fazendo o pagamento achando que está regularizando a situação. Só depois percebe que foi enganado.
Dá pra se proteger, sim
Embora o golpe seja bem elaborado, há formas simples de evitar a armadilha. O mais importante é sempre desconfiar de mensagens que chegam com tom de urgência. Os Correios não mandam links por WhatsApp, nem exigem pagamento fora do ambiente oficial.
Confira algumas dicas práticas:
- Acompanhe o rastreio diretamente no site ou aplicativo dos Correios
- Evite clicar em links recebidos por mensagens
- Confirme se há cobrança acessando sua conta com CPF no site oficial
- Cuidado com páginas que pedem dados pessoais sem necessidade
- Se tiver dúvida, vá até uma agência ou ligue para o atendimento oficial
Outra dica importante: nunca compartilhe print de rastreamento com código visível em redes sociais. Esses dados podem ser usados para golpes desse tipo.
Correios já se pronunciaram
A empresa informou que todas as cobranças são feitas exclusivamente pelos canais oficiais. Se houver taxa, ela aparecerá apenas no sistema dos Correios após login com CPF ou CNPJ.
Além disso, a estatal reforça que não envia mensagens com links para pagamento. Se chegar algo assim, trate como suspeito. Denunciar também ajuda a evitar que outras pessoas caiam.
Números preocupam
Nos últimos meses, cresceram as denúncias em sites de reclamação e redes sociais. Várias vítimas relatam que pagaram a suposta taxa e só depois perceberam que a encomenda nunca chegou.
Com a proximidade da Black Friday e do fim de ano, quando o volume de compras dispara, é provável que os golpes também se multipliquem. Por isso, a atenção agora pode evitar dores de cabeça mais adiante.
Fica o alerta
Se você compra da China, acompanhe seu pedido com calma e use sempre os canais oficiais. Golpistas estão atentos a cada oportunidade e, dessa vez, encontraram um jeito eficaz de enganar até os mais cuidadosos. Informação, nesse caso, é proteção.