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terça-feira, outubro 7, 2025

Shutdown nos EUA e os Possíveis Impactos para o Brasil com a Paralisação

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Manusapon Kasosod/Getty Images

A paralisação entrou em vigor após a meia-noite de quarta-feira (1º)

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A primeira paralisação do governo federal dos Estados Unidos desde 2019 entrou em vigor após a meia-noite de quarta-feira (1º).

O shutdown aconteceu depois que o Congresso não conseguiu chegar a um acordo de financiamento de última hora, resultando na interrupção de diversos serviços federais e na dispensa de centenas de milhares de funcionários públicos. Porém, no que isso afeta o Brasil?

Os analistas brasileiros destacam que o principal impacto imediato nos EUA é o atraso na divulgação de indicadores econômicos cruciais, como o payroll, o que deixa o mercado sem informações essenciais para balizar as decisões do Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano), sobre taxas de juros. No mês passado, houve o corte de 0,25 ponto porcentual.

No mercado doméstico, historicamente, os shutdowns nos EUA não trouxeram grandes impactos. O último deles foi em 2019 e perdurou cerca de 30 dias. Na ponta do lápis, o acontecimento não traz impactos significativos para o Brasil. Ao menos por ora, já que, caso esse impasse persista, é possível que investidores estrangeiros retirem capital de mercados emergentes devido à falta de dados para calcular riscos, segundo análise de Gabriel Mollo, analista de investimentos da Daycoval Corretora. “Se você olhar lá o S&P [abreviação de Standard & Poor’s 500], ele tá positivo em 0,35% [perto das 16h], assim como o Dow Jones e o Nasdaq”, diz Mollo.

Na visão do economista chefe da Azimut Brasil Wealth Management e professor do Insper, Gino Olivares, afirma que o shutdown não tem grandes impactos econômicos nos Estados Unidos. “A média de duração nos EUA são de 8 dias, sendo que a maior parte deles termina em 2 dias”, explica.

Ele afirma que a real preocupação se dá pela polarização entre republicanos e democratas, já que em outros shutdowns existia uma negociação, porém atualmente isso não está acontecendo. “O Trump alimenta essa polarização, dificultando a criação desse espaço para que os políticos no Congresso comecem a negociar.”

Problema maior

Sérgio Valle, economista-chefe da MB Associados, Sergio Valle, relativiza os episódios de shutdowns do governo americano. Segundo ele, embora geralmente sejam curtos e de baixo impacto econômico imediato no câmbio e na bolsa, eles sinalizam um problema fiscal estrutural maior nos Estados Unidos.

Para Valle, a principal preocupação reside na polarização com o congresso, que impede ajustes fiscais necessários e leva à recorrência desses shutdowns nos próximos anos. Essa interrupção governamental é vista como um risco, pois paralisa a divulgação de dados econômicos cruciais, deixando o mercado sem informações.

Para o economista-chefe da MB Associados, a longo prazo, o enfraquecimento do dólar devido à má situação fiscal americana pode levar à valorização da moeda brasileira. Embora a tendência de shutdowns mais longos aumente com a polarização, o especialista não prevê grandes consequências econômicas do evento atual.

Ratings soberanos

A Fitch afirmou que a atual paralisação do governo dos Estados Unidos não deve afetar os ratings soberanos do país no curto prazo, embora reconheça que os impactos econômicos dependerão da duração e do alcance do impasse. A agência também projeta uma redução no déficit público, de 7,7% do PIB em 2024 para 6,8% em 2025, impulsionada por um aumento nas receitas tarifárias estimadas em US$ 300 bilhões.

Apesar da crescente incerteza política, a Fitch reforça que o dólar deve manter seu status de moeda de reserva global, fator que sustenta a credibilidade da economia americana.

Ainda que paralisações do governo gerem transtornos, como a interrupção de serviços federais e maior insegurança para empresas e mercados, especialistas avaliam que seus efeitos sobre a atividade econômica tendem a ser limitados e, em muitos casos, compensados no trimestre seguinte. O episódio mais longo desse tipo ocorreu entre 2018 e 2019, durante o governo Trump, e durou 35 dias. No cenário atual, embora não haja clareza sobre a duração da paralisação, os mercados financeiros já demonstraram resiliência, com os principais índices acionários se recuperando das quedas iniciais.



[Fonte Original]

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