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sexta-feira, outubro 24, 2025

Valor de novos empréstimos consignados para aposentados diminui bastante após novas regras do INSS

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O valor de novos empréstimos consignados para os beneficiários caiu bastante desde que o INSS passou a exigir a autenticação por biometria para liberar esse tipo de crédito. A medida, que começou em maio, causou uma queda grande nos empréstimos para aposentados e pensionistas: o valor médio mensal ficou em menos da metade do que era no início do ano.

A decisão não foi à toa. O aumento das denúncias de fraudes, principalmente de pessoas que descobriram empréstimos feitos em seus nomes sem nunca terem assinado nada, fez o INSS agir. A biometria surgiu como resposta direta a esse problema. A ideia é simples: garantir que só o verdadeiro dono do benefício possa autorizar o crédito, reduzindo muito as chances de golpe.

O que é, afinal, o empréstimo consignado?

O empréstimo consignado é aquele em que as parcelas são descontadas automaticamente da folha de pagamento, da aposentadoria ou da pensão. Esse tipo sempre atraiu muita gente por um motivo claro: como o pagamento é garantido direto na fonte, os bancos conseguem oferecer juros bem mais baixos do que em outros tipos de crédito.

Mas, apesar dessa vantagem, esse modelo vem causando problemas para muita gente, principalmente para quem recebe benefícios do INSS. Reclamações sobre cobranças indevidas, dificuldade para cancelar contratos e até empréstimos não reconhecidos se tornaram comuns.

Biometria trava fraudes e derruba liberação de novos consignados

Desde maio, o INSS adotou uma nova regra: só é possível fazer o empréstimo consignado se o beneficiário fizer a validação por biometria. Isso deve ser feito direto pelo app Meu INSS, o que garante mais segurança e reduz o risco de golpes. E o efeito foi rápido. Nos primeiros cinco meses de 2025, o valor médio mensal de novos consignados era de cerca de R$ 8,5 bilhões.

Com a nova regra, essa média caiu para menos de R$ 4 bilhões por mês, segundo dados do INSS. Como parte do esforço para aumentar o controle, a Previdência também suspendeu 15 bancos e financeiras que estavam no centro das reclamações. Entre as principais queixas estavam ligações abusivas, dificuldade para cancelar, cobranças erradas e, claro, contratos nunca autorizados.

Número de endividados do INSS ainda preocupa

Mesmo com a queda nos novos contratos, os números ainda mostram uma situação difícil. Dos 41 milhões de beneficiários do INSS, cerca de 17 milhões já têm empréstimos consignados ativos. Isso representa 41,4% do total, ou seja, quase metade dos aposentados e pensionistas está comprometendo parte da renda com esse tipo de crédito.

Segundo Gilberto Waller Júnior, presidente do INSS, o órgão já estuda novas formas de reforçar a segurança. A ideia é implementar uma espécie de dupla verificação, garantindo que a pessoa realmente saiba o que está contratando. Para isso, o uso de senha gov.br nos níveis prata ou ouro está sendo avaliado como alternativa extra à biometria. Além disso, o INSS quer que o desconto no benefício só ocorra depois da confirmação do titular, para ter certeza de que a contratação é legítima e consciente.

Novas medidas do INSS querem restaurar a confiança dos beneficiários e evitar novos abusos

Essas mudanças não surgiram do nada. Já no início de 2024, uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou falhas no controle das operações de crédito consignado, alertando sobre o aumento de queixas e sugerindo ações mais firmes. Embora o foco inicial fosse outro, o cenário acendeu o alerta e o INSS decidiu reforçar o combate às fraudes.

Segundo Waller, o crédito consignado é seguro por natureza, justamente porque o valor é descontado direto da fonte. O problema é garantir que quem está contratando realmente saiba o que está fazendo. Para ele, é essencial fazer ajustes não só nos sistemas, mas também nas regras internas, ampliando as ferramentas de bloqueio e proteção. Tudo isso com um objetivo claro: aumentar a segurança e a confiança de quem depende do INSS para viver.

[Fonte Original]

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