Resumo da notícia:
- Com a compra, as reservas de ouro do país atingiram um total de 145 toneladas. 
- O movimento se alinha a uma tendência global de diversificação de reservas soberanas e redução da exposição ao dólar. 
O Banco Central (BC) comprou 15 toneladas de ouro em setembro de 2025, revela um relatório divulgado pelo World Gold Council. Foi a primeira compra de ouro do banco central brasileiro reportada ao Fundo Monetário Internacional (FMI) desde 2021, ocasião em que foram adquiridas um total de 62 toneladas.
Ao final do terceiro trimestre de 2025, as reservas de ouro do BC somam 145 toneladas, segundo o relatório.
O movimento estratégico de acumulação de ouro do BC se alinha à tendência global de diversificação das reservas soberanas e de redução da dependência do dólar.
Os dados do relatório revelam que a demanda dos bancos centrais por ouro no terceiro trimestre de 2025 cresceu 28% em relação ao trimestre anterior e 10% em relação ao mesmo período no ano passado.
No total, os bancos centrais adicionaram 220 toneladas do ativo às suas reservas. A disparada do preço do ouro no período não foi um impeditivo para novas compras, consolidando o ouro como um ativo estratégico para diversificação e proteção de reservas soberanas, afirma o relatório:
“Embora o aumento substancial no preço do ouro este ano (alta de cerca de 50% no acumulado do ano, atingindo máximas históricas) tenha sido provavelmente um fator limitante para a escala das compras inicialmente, o aumento da demanda no último trimestre é uma prova de que os bancos centrais continuam a adicionar ouro estrategicamente às suas reservas, apesar dos preços mais altos.”
No acumulado do ano, os bancos centrais adicionaram 634 toneladas às suas reservas, volume inferior ao observado nos últimos três anos, mas ainda significativamente acima da média anual pré-2022, que variava entre 400 e 500 toneladas.
Com o ouro negociado próximo de suas máximas históricas, em torno de US$ 4.000 por onça troy, a demanda tende a ficar “sensível ao preço” no quarto trimestre:
“Apesar de os bancos centrais certamente estarem acumulando menos do que nos últimos anos, a demanda continua significativamente acima das médias históricas. Esperamos que as compras líquidas continuem no quarto trimestre.”
Mercados emergentes puxam demanda por ouro em 2025
O relatório destaca que, em 2025, a demanda tem sido impulsionada sobretudo por bancos centrais de mercados emergentes, com destaque para Cazaquistão (+18t), Brasil (+15t), Turquia (+7t) e Guatemala (+6t).
A Polônia lidera o ranking anual com a aquisição de 67,1 toneladas. O banco central do país tem planos de elevar a participação do ouro em suas reservas de 20% para 30%.
O Banco Central da China também aparece em destaque no ranking de aquisições anuais, com um total de 24 toneladas reportadas. Com a compra realizada em setembro, o Brasil já figura na sétima posição.
Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, a participação do ouro nas reservas internacionais do BC cresceu 400% desde 2018, de 0,7% para 3,5%.
A moeda chinesa, cuja primeira aquisição ocorreu em 2019, já representa 5,3% das reservas do BC, superando o euro (5,2%) e ficando atrás apenas do dólar. Embora se mantenha como o ativo predominante nas reservas brasileiras, a participação do dólar caiu 12% nos últimos sete anos, de 89% para 78%.

