Michael Saylor surpreendeu as pessoas durante um evento recente ao destacar o papel de Tom Lee na consolidação do Ethereum como um ativo institucional. Em tom elogioso, o fundador da Strategy afirmou que Lee se tornou “provavelmente o porta-voz mais visível e influente de todo o ecossistema Ethereum em questão de meses, talvez semanas”.
Saylor disse durante o evento Bitcoin in DC, realizado no fim de setembro, que acompanha quase diariamente anúncios de empresas comprando Bitcoin para suas tesourarias e observou que esse movimento começou a inspirar companhias focadas também em outros ativos digitais.
Entre elas, destacou as que acumulam Ethereum em seus balanços, como a BitMine Immersion Technologies, liderada justamente por Tom Lee. “Eles têm cerca de US$ 10 bilhões em capital, e o Tom Lee é parte do establishment de Wall Street, nunca foi do establishment cripto. O que vimos foi a fusão de Wall Street com a economia cripto”, explicou.
Segundo Saylor, a entrada de figuras como Lee nesse mercado tem um efeito transformador. “O capital flui porque confia no Tom Lee. E, de repente, você o vê conversando com os primeiros empreendedores do Ethereum, com os Vitaliks do mundo. Todo esse movimento se torna comercializado, institucionalizado, legitimado, racionalizado — fica um pouco mais velho, um pouco mais credível.”
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Com esse elogio público, Saylor reconheceu o impacto que Lee vem tendo no amadurecimento do Ethereum, num momento em que ambos representam lados distintos, porém complementares, do processo de institucionalização das criptomoedas.
Michael Saylor é conhecido por ter transformado a Strategy em uma das maiores detentoras de Bitcoin corporativo do mundo, com mais de 640 mil BTC em caixa. Desde 2020, ele defende que empresas adotem o Bitcoin como principal ativo de reserva, uma estratégia que inspirou companhias de diferentes setores e serviu de modelo para o conceito de “digital asset treasury”.
Tom Lee, por sua vez, é uma figura de longa data em Wall Street, cofundador da Fundstrat Global Advisors e hoje presidente da BitMine Immersion Technologies, empresa pública que passou a adotar uma estratégia semelhante à da Strategy, mas focada em Ethereum. Nos últimos meses, a BitMine tem acumulado milhões de ETH, tornando-se a principal tesouraria institucional de Ethereum e impulsionando o debate sobre a adoção corporativa da rede.
A ascensão de Lee no universo cripto foi tão rápida que parte da comunidade passou a chamá-lo de “Michael Saylor do Ethereum”, um apelido que o próprio Saylor parece ter endossado em seu discurso, ao reconhecer que o movimento liderado por Lee “legitima e racionaliza” o ecossistema do ETH aos olhos do mercado tradicional.
Outros temas
Após elogiar Lee e o avanço institucional do Ethereum, Saylor também abordou uma série de temas que vão desde a maturidade do Bitcoin até o futuro do mercado de ativos digitais como um todo.
O executivo destacou que “quase todos os dias surge uma nova companhia comprando Bitcoin para sua tesouraria”, o que, segundo ele, reflete uma mudança estrutural na maneira como o capital corporativo enxerga o ativo. Para Saylor, essa transição marca a entrada definitiva do Bitcoin na esfera financeira tradicional, deixando de ser um ativo especulativo para se consolidar como uma reserva institucional de valor, comparável ao ouro — mas com vantagens de liquidez e transparência.
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Saylor também aproveitou o palco para defender uma visão de longo prazo sobre o papel do Bitcoin no sistema financeiro global. Ele afirmou que, para atingir estabilidade e reconhecimento duradouro, o ativo precisa atravessar uma fase de “tédio saudável”. “O Bitcoin precisa ser entediante por um tempo. Ele precisa ser confiável, estável e respeitável. Isso é o que o transforma em uma verdadeira reserva de valor institucional”, disse.
O empresário ressaltou ainda o impacto das políticas monetárias globais na valorização do Bitcoin. Na sua visão, a desvalorização das moedas fiduciárias e o aumento da dívida pública de grandes economias estão acelerando a busca por alternativas descentralizadas. Ele citou a crescente participação de bancos, fundos e gestoras no mercado cripto como um indicativo de que “a digitalização do capital é inevitável”.
Outro ponto enfatizado por Saylor foi o papel da confiança e da liderança na formação de um novo sistema financeiro digital. Ele argumentou que o sucesso das criptomoedas não depende apenas de tecnologia, mas também de credibilidade. “O capital flui para onde há confiança. E a confiança vem das pessoas — de líderes, de instituições, de exemplos sólidos de gestão”, afirmou, conectando esse raciocínio ao próprio elogio feito a Tom Lee e ao Ethereum.
Por fim, Saylor disse acreditar que a próxima década será marcada pela convergência entre o mundo cripto e o sistema financeiro tradicional. “O que estamos vendo é uma fusão: bancos, empresas e governos começando a falar a linguagem dos ativos digitais. Isso não é o fim do sistema atual — é sua evolução natural”, concluiu.
Confira a fala de Saylor na íntegra (o trecho sobre Tom Lee começa em 20 minutos):
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