Resumo da notícia:
A EtherFi (ETHFI) lançou oficialmente na segunda-feira, 13 de outubro, a integração do Pix ao Cash, uma solução que combina recursos de DeFi (finanças descentralizadas), cartões cripto e serviços bancários para viabilizar pagamentos e empréstimos com criptoativos.
Operando em versão beta, a nova funcionalidade permite que os usuários do Cash façam pagamentos diretamente via Pix, além de efetuar transferências em reais diretamente para o endereço vinculado à sua conta na plataforma da EtherFi.
Em depoimento exclusivo ao Cointelegraph Brasil, Mike Silagadze, CEO da EtherFi, afirmou que a demanda da comunidade brasileira motivou a integração do Pix ao Cash:
“O Brasil é o nosso mercado número 1 em número de usuários e a integração do Pix é importante para viabilizar o uso do Cash no dia a dia.”
A funcionalidade foi desenvolvida em parceria com a Avenia, empresa brasileira de infraestrutura de pagamentos cripto e emissora da stablecoin atrelada ao real BRLA.
Matheus Moura, CEO e cofundador da Avenia, destacou em depoimento ao Cointelegraph Brasil que a EtherFi é um projeto DeFi que vem construindo produtos amplamente adotados no ecossistema cripto por apresentarem casos de uso reais.
Segundo o executivo, a integração do Pix ao Cash “traz mais opções aos usuários brasileiros, e também facilita a vida de estrangeiros que querem acessar diretamente o sistema de pagamentos mais eficiente do mundo, o Pix.”
“Tecnicamente, a Avenia atua como a camada de infraestrutura que conecta o ecossistema cripto ao sistema bancário brasileiro”, explica Matheus.
Quando um usuário faz um Pix para sua conta na EtherFi, a Avenia faz a conversão instantânea do real para a stablecoin USD Coin (USDC) e disponibiliza o saldo correspondente em tempo real na conta do usuário vinculada ao Cash.
O fluxo inverso também funciona da mesma maneira, acrescenta Matheus: “Quem tem saldo em stablecoins dentro da EtherFi pode pagar com Pix diretamente.
A EtherFi, junto com a Avenia, cuida de todo o processo, desde a conversão até o envio dos reais ao destinatário, de forma invisível para o usuário final, garantindo liquidez e compliance em tempo real.”
Além de ser utilizado para pagamentos via Pix ou cartão, também é possível utilizar os recursos para acessar os produtos DeFi da EtherFi, incluindo staking de Bitcoin (BTC) e Ether (ETH) ou depositá-los em cofres (vaults) que oferecem rendimentos sobre stablecoins.
“Essa integração mostra bem o que a gente acredita na Avenia: stablecoins e infraestrutura cripto deixando de ser uma camada visível e se tornando a base invisível que conecta sistemas financeiros globais com redes locais como o Pix”, afirma Matheus.
EtherFi se destaca no segmento emergente de “Crypto Neobanks”
O Cash posiciona a EtherFi como protagonista no segmento emergente de “Crypto Neobanks.” Na prática, trata-se de uma versão descentralizada de bancos digitais como o Nubank e o Revolut, explorando o mesmo modelo de eficiência e acessibilidade em infraestruturas baseadas em blockchain.
Enquanto a experiência do usuário se aproxima cada vez mais dos serviços bancários tradicionais, o sistema opera através de plataformas descentralizadas que reduzem custos, oferecem melhores rendimentos com exposição ao dólar, via stablecoins, ou criptoativos consolidados com Bitcoin e Ether.
O modelo desenvolvido pela EtherFi permite que os usuários do Cash integrem esses serviços ao ecossistema DeFi do protocolo.
O EtherFi Cash opera através de dois modos distintos. O modo “Direct Pay” utiliza USDC, USDT ou liquidUSD para pagamentos à vista, como um cartão de débito. O liquidUSD funciona como um investimento de renda variável que oferece rendimentos em torno de 10% ao ano sobre o saldo mantido pelo usuário.
No modo “Borrow”, os usuários podem utilizar tokens de restaking líquido de Bitcoin, Ether e outras criptomoedas como garantia para cobrir seus gastos. Com uma taxa de juros fixa de 4% ao ano, os usuários do Cash podem financiar seus gastos sem se desfazer de seus criptoativos.
O sistema funciona através de uma relação Loan-to-Value (LTV), que determina quanto o usuário pode tomar emprestado com base no valor de suas garantias. Por exemplo, quem possui R$ 10.000 em Bitcoin tem um limite de gastos de 50% do LTV, equivalente a R$ 5.000. No caso de stablecoins, o LTV é de 80%.
Vale ressaltar que operações em DeFi envolvem riscos de liquidação e de segurança dos contratos inteligentes. A EtherFi não possui licença bancária e para utilizar o Cash é necessário fazer validação de KYC (Identificação de cliente).
EtherFi Cash elimina intermediários com solução de autocustódia
O que diferencia os “Crypto Neobanks” das soluções de pagamento oferecidas por exchanges centralizadas é a autocustódia. Enquanto a maioria das soluções exige que você deposite seus ativos em carteiras controladas por empresas, a EtherFi utiliza cofres multisig dedicados, protegidos pela tecnologia AWS Nitro TEE (Trusted Execution Environment).
Esse sistema garante que os ativos só são movimentados mediante autorização dos usuários por validação biométrica ou e-mail, eliminando riscos de contraparte. O Cash também utiliza um “endereço universal” que aceita depósitos de múltiplas blockchains compatíveis com a Ethereum Virtual Machine (EVM) e automaticamente faz a ponte (bridge) para a carteira dos usuários na rede de camada 2 Scroll (SCR).
A EtherFi iniciou sua ascensão no mercado cripto como um protocolo de restaking líquido na Ethereum. Por meio do eETH, uma versão sintética de Ether mantido em staking, a EtherFi permitiu que fundos até então imobilizados pudessem ser utilizados em operações de DeFi.
Posteriormente, outros criptoativos foram integrados ao seu ecossistema, incluindo o Bitcoin e stablecoins. O passo seguinte foi criar cofres otimizados para maximizar os rendimentos dos usuários explorando diferentes oportunidades no ecossistema DeFi.
O lançamento do Cash em 2024 foi o passo inicial na transição da EtherFi de um protocolo de restaking líquido para um “Crypto Neobank” que oferece uma gama variada de serviços financeiros on-chain.