Foi a venda de uma das principais empresas do portfólio, em 2017, que inaugurou uma nova fase para a Fictor. Com liquidez e recursos em caixa, a holding de participação e investimentos passou a realizar aquisições com foco em três setores estratégicos da economia: energia, finanças e alimentos.
Por trás da estratégia estava ampliar sua presença no mercado doméstico até ingressar com um dos pés na Bolsa, com a a realização de um “IPO reverso”, que colocou boa parte da sua divisão alimentícia na B3, a Fictor Alimentos SA (FICT3).
Com mais de 30 empreendimentos no portfólio, 3 mil colaboradores e ativos totais que ultrapassam US$ 1 bilhão, a Fictor tem como fio condutor da sua atuação impulsionar negócios sustentáveis, e reúne no portfólio companhias como a Dr. Foods – com as marcas AuFoods, de alimentos para animais de estimação e Dr.Healthy, especializada em comidas prontas – a FictorPay, dedicada a meios de pagamentos, e a Fictor Asset.
“Buscamos investir em empresas que contribuam de forma contundente para o desenvolvimento da economia, e assim geramos valor para setores essenciais no Brasil”, diz Rafael Góis, sócio e CEO da Fictor.
Estreia na Bolsa
Em dezembro do ano passado, a Fictor Alimentos S.A, focada na produção de proteína animal, entrou na B3, por meio de um “IPO Reverso” – quando uma companhia fechada adquire uma listada -, com a aquisição de um negócio que atuava com treinamento de traders.
“Optamos por esse caminho por uma questão de agilidade. Ao comprar uma companhia que já passou por todo o processo burocrático de abertura de capital, adiantamos em ao menos seis meses nosso ingresso na B3”, diz Góis.
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A agilidade para colocar a Fictor Alimentos SA (FICT3) na Bolsa, reflete a necessidade de acelerar a captação de recursos e avançar no processo de aquisições no setor de agronegócios. A estratégia prioriza a compra de empresas em “estresse financeiro”, que estejam em recuperação judicial e/ou careçam de fluxo de caixa.
“Estamos em um momento macroeconômico propício para promover uma consolidação do segmento de produção e distribuição de proteína animal, que é muito pulverizado. Em meio ao ciclo de alta de juros, que tem elevado o endividamento especialmente das empresas familiares, abrem-se muitas oportunidades”, diz o executivo.
Agro no centro do negócio
Ao responder por quase um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, o agronegócio se traduz em um motor da economia, tendo o segmento de proteína animal como o mais relevante. Não por acaso, as duas maiores empresas do agro são JBS e Marfrig, que atuam especialmente na criação e no abate de animais e aves.
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“Estamos entrando no segmento para complementar a cadeia, e não para competir de forma direta com as gigantes”, diz Góis. As aquisições de frigoríficos médios, por parte da Fictor, estão concentradas em Minas Gerais e na região Sul do país.
“A ideia é manter o consumo regional de frango resfriado, e não congelado, o que melhora a nossa margem. Quando olhamos para as cidades da região Sul, buscamos formar um ecossistema propenso para futuras exportações”, complementa.
Segundo o executivo, faz parte da estratégia da companhia elevar gradativamente o valor agregado dos produtos com opções de itens já cortados e temperados, mirando, também, futuras vendas externas.
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“Trata-se da nossa contribuição para que o Brasil deixe de ser apenas um exportador de commodities e se torne uma nação industrializada”, afirma.
Energia e finanças
O setor financeiro é outra frente em plena expansão na Fictor, que mantém no portfólio quatro empresas especializadas em operações financeiras, mercado de crédito, meios de pagamento e gestão de recursos.
“Hoje os nossos fundos têm mais de R$ 1,5 bilhão em carteira, e a meta é alcançar R$ 5 bilhões. A FictorPay é outra joia do portfólio ao transacionar mais de R$ 200 milhões por mês”, diz Góis.
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Um dos motores de expansão dessa frente é o aumento da presença no exterior. Em abril, a holding inaugurou a Fictor US, novo escritório na Flórida (Estados Unidos), que vai atuar na oferta de crédito vinculado à folha de pagamento do setor privado norte-americano. O projeto reúne US$ 10 milhões em capital inicial.
A operação eleva a atuação global da companhia, que está presente também em Portugal. “Estamos no momento de fortalecer a nossa presença internacional e estreitar laços com investidores e empresas parceiras”, pontua Góis.
Já no setor de infraestrutura, a Fictor atua especialmente na geração de energia limpa, como foco em usinas fotovoltaicas, hídricas e termelétricas de pequeno e médio porte. “Hoje, reunimos 8 plantas em Goiás, 2 na Amazônia e 1 em São Paulo. Temos mais 17 unidades em construção”, afirma o executivo.
Mais informações sobre os projetos da Fictor podem ser acessados no site.