Embora o JPMorgan projete continuidade na melhora da rentabilidade do GPA (PCAR3) a geração de caixa e a alavancagem elevada continuam sendo preocupações, especialmente em um cenário de juros ainda elevados. Com isso, o banco reiterou recomendação underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda), sem definir um preço-alvo.
Segundo o banco, as melhorias de rentabilidade devem continuar ao longo do próximo ano, principalmente devido às eficiências em despesas, apesar de um ambiente de crescimento mais lento nas vendas.
Ainda assim, o JPMorgan destaca que a alta alavancagem, acima de 4 vezes, tende a limitar boa parte da melhora operacional e manter a geração de caixa sob pressão.
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Com o ajuste das estimativas, o banco reduziu em 4% a projeção de vendas para 2026, mas manteve o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado inalterado, devido às eficiências de despesas melhores que o esperado. No geral, o JPMorgan vê o GPA sendo negociado a 5,5 vezes Valor da Firma (EV)/EBITDA ajustado estimado para 2026.
Alavancagem deve continuar elevada
Mesmo considerando a melhora de margens, o JPMorgan espera que a alavancagem ajustada termine 2025 em cerca de 4,5 vezes dívida líquida/EBITDA ajustado, melhorando levemente para cerca de 4 vezes em 2026.
O banco avalia que esse nível é insustentável, pois o alto volume de despesas financeiras tende a gerar prejuízos líquidos no médio prazo e pressionar a geração de caixa. O relatório ressalta que a companhia está trabalhando em potenciais desinvestimentos de ativos não operacionais, que poderiam ser relevantes, segundo declarações da administração. No entanto, o JPMorgan não incorporou nenhuma venda de ativos às suas projeções.
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Crescimento tímido das vendas
Após a descontinuação das metas de abertura de lojas, o JPMorgan adotou uma projeção mais conservadora até 2026, já que a companhia passou a priorizar a desalavancagem em detrimento da expansão. O banco agora espera cerca de 5 aberturas de lojas de proximidade no próximo ano (ante 40 anteriormente) e 1 unidade do Pão de Açúcar (ante 5 antes), resultando em expansão mínima de área.
Além disso, a desaceleração da inflação de alimentos no segundo semestre de 2025 e em 2026 deve pressionar a produtividade das lojas, especialmente em um contexto de consumidores menos responsivos a promoções, o que torna improvável uma forte recuperação de volumes. Nesse cenário, o JPMorgan projeta crescimento de vendas de cerca de 5% em 2025 e 4% em 2026, com média de 3% ao longo dos próximos cinco anos.
Recuperação da rentabilidade
A empresa avançou significativamente na racionalização de despesas, especialmente em G&A, e a administração ainda vê espaço para novas eficiências até 2026. O JPMorgan também destaca que o novo acionista de referência, família Coelho Diniz, deve reforçar o foco em eficiência operacional, considerando o cenário de desempenho ainda fraco.
Assim, o banco estima margem EBITDA ajustada de 9,2% em 2025, impulsionada sobretudo por menores despesas, e de 9,7% em 2026, apoiada por leve expansão de margem bruta, mas principalmente pela diluição de custos fixos à medida que os cortes recentes se refletem integralmente nos resultados. No geral, o banco projeta crescimento do EBITDA ajustado de cerca de 10% em 2026 e 6% em média nos próximos cinco anos.


