Os preços do petróleo fecharam em baixa nesta segunda-feira, ainda afetados pelo aumento da produção em vários países exportadores, inclusive o Brasil, e pela desaceleração da economia chinesa, maior importadora de petróleo do mundo. Há temor de excesso da oferta global entre investidores.
O preço do barril de Brent do Mar do Norte, para entrega em dezembro, caiu 0,46%, ficando em US$ 61,01 — não muito distante dos níveis mais baixos desde o início de maio. Esse tipo de petróleo é a referência para a Petrobras, que comemorou hoje a obtenção da licença para perfurar um poço de pesquisa na Margem Equatorial.
O equivalente americano, o barril de West Texas Intermediate (WTI), para entrega em novembro, recuou 0,03%, para US$ 57,52.
— O petróleo continua sob pressão porque a oferta segue aumentando, especialmente diante do aumento das cotas dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) — resumiu Andy Lipow, da Lipow Oil Associates, à AFP.
Desde abril, o cartel aumentou consideravelmente sua produção, o que provocou um excesso de oferta em relação à demanda no mercado.
— A isso se soma o aumento da produção nos Estados Unidos, Brasil, Argentina e Guiana, o que exerce pressão sobre o mercado — acrescentou Lipow.
Em seu último relatório mensal sobre o mercado petroleiro, a Agência Internacional de Energia (AIE) prevê um excedente de oferta de cerca de 2,2 milhões de barris por dia (mb/d) em 2025 e alerta que esse número pode chegar a quase 4 mb/d em 2026.
— Os últimos dados econômicos da China não são muito animadores — observou Phil Flynn, do Price Futures Group.
Segunda maior economia do mundo e grande importadora de petróleo, a China anunciou nesta segunda-feira uma desaceleração de seu crescimento no terceiro trimestre, no ritmo mais baixo em um ano (+4,8% em termos anuais), devido à queda no consumo interno e às tensões comerciais.
Como Pequim é o maior importador mundial de petróleo, os operadores acompanham de perto a saúde econômica do país.
O mercado ainda está atento aos últimos desdobramentos no campo comercial, depois de Pequim e Washington terem concordado no sábado em preparar novas negociações em torno das tarifas comerciais.
Nas últimas semanas, o cessar-fogo na Faixa de Gaza também foi apontado como um fator de baixa do petróleo, eliminando incertezas sobre a produção no Oriente Médio.