Um total de 20 integrantes da gangue Barrio 18, declarada organização terrorista pelos Estados Unidos, fugiram de uma prisão na Guatemala, informou neste domingo o diretor do Sistema Penitenciário (SP), Ludin Godínez.
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As gangues Barrio 18 e Mara Salvatrucha — também designadas como terroristas — são apontadas como responsáveis pela violência que o país enfrenta e se dedicam à extorsão de comerciantes e empresários do setor de transporte de passageiros.
— Ficou comprovado que 20 detentos haviam conseguido escapar dos controles de segurança — afirmou o funcionário em entrevista coletiva para divulgar os resultados de uma revista realizada na noite de sábado.
Ele declarou que, na sexta-feira, receberam “um relatório de inteligência que alertava sobre a possível fuga de presos pertencentes ao Barrio 18” da prisão Fraijanes II, localizada em uma área próxima à capital.
Godínez explicou que estão sendo investigados possíveis atos de corrupção durante a fuga, comentando que os detentos escaparam “um a um, dois a dois”, durante uma revista ou visita.
A embaixada dos Estados Unidos, em sua conta no X, classificou a fuga como “totalmente inaceitável” e pediu que “todos os envolvidos nessas fugas sejam plenamente responsabilizados”.
A representação diplomática também solicitou ao governo guatemalteco “recapturar esses terroristas, que representam uma ameaça tanto para a Guatemala quanto para a segurança do território norte-americano”, lembrando que o Barrio 18 foi designado como organização terrorista em 23 de setembro.
A fuga ocorre três dias depois de o governo do presidente Bernardo Arévalo apresentar um projeto de “Lei Antigangues”, que aumenta as penas e prevê a construção de uma prisão de segurança máxima, em meio a um aumento nos homicídios.
Arévalo descartou adotar a política do presidente salvadorenho Nayib Bukele, que prendeu milhares de supostos membros de gangues, mas é criticado por grupos de direitos humanos por ter levado, segundo alegam, muitos inocentes à prisão.
Em agosto, o presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, anunciou que abrirá uma licitação para construir uma prisão de alta segurança inspirada na megacárcere para membros de gangues de Bukele.
Da mesma forma, no Equador está em construção uma prisão de segurança máxima como parte do plano do presidente Daniel Noboa contra o crime organizado.
Segundo o ministro do Interior, Francisco Jiménez, há cerca de 12 mil membros e colaboradores de gangues na Guatemala, enquanto outros 3 mil estão presos.
A taxa de homicídios no país passou de 16,1 por 100 mil habitantes em 2024 para 17,65 neste ano — mais do que o dobro da média mundial —, de acordo com o Centro de Pesquisas Econômicas Nacionais.