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Esta semana tem sido turbulenta no Sol. Desde domingo (9), ocorreram três erupções de classe X, o nível mais energético. A explosão de terça-feira (11), classificada como X5.2, foi a mais forte de 2025. Após uma aparente “trégua”, o astro voltou a se agitar, produzindo um evento X4 nesta sexta-feira (14).
Vamos entender:
- O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade;
- Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
- Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
- No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas na superfície, que representam concentrações de energia;
- À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
- De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam jatos de plasma e campos magnéticos (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME) e partículas carregadas de radiação para fora da estrela;
- As explosões são classificadas em um sistema de letras – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
- A classe X denota os clarões de maior intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força;
- Um X2 é duas vezes mais forte que um X1, um X3 é três vezes mais forte, e, assim, sucessivamente;
- Como o Sol dá uma volta em seu próprio eixo a cada 27 dias, as manchas solares desaparecem de vista por determinado período, voltando em seguida a ser visíveis para a Terra.
Conforme informado pelo Centro de Previsão do Clima Espacial (SWPC) da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), a erupção mais recente ocorreu nesta madrugada, às 4h30 (pelo horário e Brasília), a partir do mesmo grupo de manchas solares que produziu os três eventos extremos anteriores, AR4274. A explosão provocou apagões de rádio R3 (fortes) em todo o lado iluminado da Terra cerca de oito minutos depois, com as interrupções mais severas concentradas sobre a África central e oriental.
Jato de material solar pode atingir a Terra “de raspão”
Como a região ativa onde ocorreu o evento está quase virando para o lado de trás do Sol, a CME lançada atingirá a Terra, no máximo, tangencialmente. Segundo um modelo da NASA, ela poderá atingir o campo magnético do nosso planeta de raspão no final no domingo (16). Se isso acontecer, o impacto poderá desencadear tempestades geomagnéticas G1 (leves) a G2 (moderadas) – em uma escala que vai até G5.

De acordo com a plataforma de monitoramento do clima espacial EarthSky.org, o grupo de manchas solares AR4274 continua sendo a região mais preocupante. Mesmo com uma leve redução nas manchas periféricas, a principal cresceu e mantém condições para gerar explosões moderadas ou até fortes.
Outras regiões de destaque são a AR4276, que perdeu parte da complexidade, mas, ainda assim, registrou sete pequenas erupções nas últimas 24 horas, e a AR4280, que mostra um crescimento discreto. As demais áreas continuam estáveis ou enfraquecendo gradativamente.

Leia mais:
Não é só o Sol: estrela próxima é flagrada lançando jato de plasma para o espaço
Um artigo publicado na quarta-feira (12) na revista Nature relata a primeira observação de uma estrela relativamente próxima lançando ao espaço um fluxo de plasma conhecido como ejeção de massa coronal (CME), fenômeno semelhante ao liberado pelas explosões que ocorrem no Sol.
A detecção, feita com a sonda espacial XMM-Newton, da Agência Espacial Europeia (ESA), e o radiotelescópio LOFAR (rede de antenas distribuídas pela Europa), marca um avanço importante na astronomia: é a primeira confirmação direta de que outras estrelas também podem produzir esse tipo de erupção. Saiba mais aqui.