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sábado, novembro 8, 2025

COP30: seis decisões que podem marcar a luta climática

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A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP30, realiza-se em Belém, no Brasil, num momento considerado decisivo para o futuro do planeta. O encontro tem lugar após dois anos consecutivos de temperaturas globais recordes e aumentos contínuos nas emissões de gases de efeito estufa.

O clima internacional, atualmente marcado por conflitos, tensões comerciais e divergências energéticas, desafia o avanço da diplomacia climática. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, considera que esta poderá ser uma das COP mais importantes da última década.

Em Belém, Brasil, acontece um encontro sobre a transição para a energia sustentável

 

1. Evitar o acontecimento global descontrolado

O Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2025 do Pnuma indica que os compromissos atuais colocam o mundo numa via de aquecimento entre 2,3 e 2,5 ºC até ao final do século. É provável que a meta de 1,5 ºC seja ultrapassada já na próxima década, tornando urgente limitar esse risco e reduzir emissões em setores de alta intensidade, como energia, transportes e indústria.

Os países participantes estarão sob pressão para apresentar planos mais ambiciosos de redução, reforçar metas nacionais e adotar medidas imediatas que evitem um aquecimento irreversível.

 

2. Proteger as comunidades vulneráveis

A adaptação aos impactos climáticos será um dos temas centrais da conferência. O Relatório sobre o Fosso de Adaptação 2025 estima que os países em desenvolvimento precisarão de mais de US$ 310 bilhões anuais até 2035 para se protegerem de eventos extremos e da subida do nível do mar. Atualmente, apenas uma fração deste total é acessível.

A COP30 deverá definir uma nova meta global de financiamento para adaptação, acompanhada de indicadores claros de progresso. Investimentos em sistemas de alerta precoce e infraestruturas resilientes poderão reduzir perdas e salvar vidas.

 

3. Cumprir a promessa de US$ 1 trilhão

O Azerbaijão, que sediou a COP29, e o Brasil propuseram um roteiro para mobilizar US$1,3 trilhão anuais até 2035 em apoio climático a países em desenvolvimento.

O plano visa combinar fundos públicos e privados, ampliando o investimento em mitigação e adaptação.

Espera-se que os países desenvolvidos liderem a reforma de bancos multilaterais e criem instrumentos que atraiam capital privado em larga escala. O desafio é transformar promessas financeiras em fluxos reais e sustentáveis de apoio climático.

 

4. Impulsionar soluções inovadoras

A COP30 destacará os compromissos de várias iniciativas inovadoras para combater as alterações climáticas.

Entre elas estão a campanha Beat the Heat, ou Vença o Calor, focada em refrigeração sustentável e espaços urbanos verdes, e o Food Waste Breakthrough, um plano para reduzir o desperdício alimentar em 50% em cinco anos, evitando até 7% das emissões globais de metano.

O “Bairro do Mutirão para Cidades, Água e Infraestrutura” do Brasil mostra como o design inteligente e os sistemas circulares podem refrigerar, conservar e conectar comunidades.

Por fim, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que incentiva financeiramente os países a conservar florestas tropicais. O mecanismo poderá garantir mais de metade do financiamento necessário para proteger ecossistemas vitais e as comunidades que deles dependem.

 

5. Assegurar transições justas e inclusivas

A transição energética e a descarbonização geram oportunidades económicas, mas também riscos para trabalhadores e comunidades dependentes de setores de alto carbono. A COP30 deverá aprovar o Mecanismo de Ação de Belém para uma Transição Justa, que orientará políticas de emprego, formação e diversificação económica.

O objetivo é colocar as pessoas no centro das mudanças estruturais, garantindo que o avanço das energias limpas promova inclusão social e proteção laboral, e também o combate a poluentes climáticos de curta duração, como o metano.

 

6. Recuperar o Acordo de Paris

Dez anos após o Acordo de Paris, o mundo conseguiu reduzir a trajetória de aquecimento prevista de 3,5 ºC para cerca de 2,5 ºC, mas o ritmo de ação continua insuficiente.

A COP30 é vista como o momento para revitalizar o espírito de cooperação e ambição que marcou 2015.

Ruth Do Coutto, vice-diretora da Divisão de Alterações Climáticas do Pnuma, afirma que “ainda há tempo para evitar os piores efeitos das alterações climáticas”, mas apenas com ação decisiva e imediata.

A conferência de Belém deverá, assim, marcar o início de uma “década de resultados”, transformando compromissos em medidas concretas e verificáveis.

A ONU News está em Belém com o enviado especial Felipe de Carvalho e traz os detalhes da cobertura diariamente.

[Fonte Original]

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