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terça-feira, novembro 4, 2025

FAO: 1,7 bilhão de pessoas sofrem com redução do rendimento agrícola devido à degradação

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A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, divulgou o relatório “O Estado da Alimentação e da Agricultura 2025”, alertando que, aproximadamente, 1,7 bilhão de pessoas vivem em áreas onde o rendimento das colheitas está a diminuir devido à degradação dos solos.

O documento, divulgado em Roma, na segunda-feira, sublinha que o fenómeno está a minar a produtividade agrícola e a ameaçar a saúde dos ecossistemas em todo o mundo.

Degradação afeta segurança alimentar

O relatório transmite uma mensagem clara: a degradação do solo não é apenas uma questão ambiental – tem impacto na produtividade agrícola, nos meios de subsistência rurais e na segurança alimentar.

É a análise mais abrangente até à data sobre como o rendimento das colheitas é afetado pela degradação da terra induzida pelo homem, identifica pontos críticos de vulnerabilidade global e examina onde essas perdas se cruzam com a pobreza, a fome e outras formas de desnutrição.

Com base nos dados globais mais recentes sobre distribuição, dimensões e produção agrícola, descreve ainda oportunidades viáveis para práticas integradas de uso e gestão sustentáveis da terra, juntamente com políticas personalizadas. Estas medidas visam evitar, reduzir e reverter a degradação da terra, melhorando simultaneamente a produção alimentar e os meios de subsistência dos agricultores.

17ª Brigada de Infantaria de Selva

Um incêndio consome a floresta amazônica no Brasil. propriedades que contribuem para a produção alimentar e inclusão rural. Nos últimos anos, o país tem combinado regulação e iniciativas privadas para reduzir o desmatamento e promover o uso sustentável da terra

Medir a degradação do solo

A FAO define a degradação da terra como um declínio prolongado na capacidade da terra de fornecer serviços essenciais ao ecossistema. Embora fatores naturais como a erosão e a salinização do solo contribuam para o problema, as pressões induzidas pelo homem são cada vez mais dominantes. Atividades como a desflorestação, o pastoreio excessivo e práticas agrícolas e de irrigação insustentáveis estão agora entre os principais contribuintes.

Para medir a degradação induzida pelo ser humano, o relatório aplica uma abordagem baseada na dívida, comparando os valores atuais de três indicadores-chave — carbono orgânico do solo, erosão do solo e água do solo — com as condições que existiriam sem a atividade humana em estados nativos ou naturais. Os dados são processados por um modelo de aprendizagem automática que integra fatores ambientais e socioeconómicos.

Brasil: avanços e desafios na gestão sustentável

O Brasil destaca-se entre os países com maior concentração de grandes explorações agrícolas, responsáveis por uma parte substancial das terras cultivadas e elevada produtividade em regiões irrigadas. A agricultura comercial domina o setor, coexistindo com um vasto número de pequenas e médias propriedades que contribuem para a produção alimentar e inclusão rural.

Nos últimos anos, o país tem combinado regulação e iniciativas privadas para reduzir o desmatamento e promover o uso sustentável da terra. As moratórias da soja e da carne bovina ajudaram a conter a desflorestação na Amazónia, embora com efeitos limitados fora do bioma.

Instrumentos como as cotas de reserva ambiental em Mato Grosso reforçam incentivos à conservação, ilustrando o potencial de políticas que alinham governança ambiental e mecanismos de mercado.

Na Mauritânia, membros da comunidade estão envolvidos num projeto de reabilitação do solo

Na Mauritânia, membros da comunidade estão envolvidos num projeto de reabilitação do solo

Produção pode ser restaurada

Segundo o relatório, reverter apenas 10% da degradação causada pelo homem nas terras agrícolas existentes poderia restaurar a produção suficiente para alimentar mais 154 milhões de pessoas por ano.

Entre as medidas destacadas estão práticas sustentáveis de gestão da terra, como rotação de culturas e culturas de cobertura para preservar a saúde do solo, reduzir a erosão e contribuir para a biodiversidade,

A FAO destaca ainda que as políticas devem ser adaptadas à estrutura agrícola, uma vez que os pequenos agricultores enfrentam restrições financeiras distintas em comparação com as grandes explorações agrícolas, que gerem a maior parte das terras e têm maior capacidade para uma implementação em escala.

O papel da FAO

A comunidade internacional reconheceu a degradação da terra como um desafio global crítico, com mais de 130 países a comprometerem-se a alcançar a Neutralidade da Degradação da Terra no âmbito da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação.

Como agência responsável pelo Indicador 2 dos ODS (Fome Zero), a FAO monitoriza e atualiza a distribuição global das disparidades de rendimento agroecológico utilizando o seu sistema de Zoneamento Agroecológico Global – que é utilizado neste relatório. Também fornece dados críticos sobre a saúde do solo através do Mapa Global de Carbono Orgânico do Solo da FAO.

[Fonte Original]

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